O suspense digno de cinema da AMC tem data para acabar – mas o drama ainda não. Depois de adiar por duas vezes a reabertura de suas salas, a maior rede de cinemas do mundo deve finalmente voltar gradualmente à ativa em 20 de agosto.
Com as operações paralisadas desde a última semana de março, quando as medidas de isolamento social foram colocadas em prática, a empresa chegou a anunciar a retomada dos negócios em 15 de julho e, depois, em 30 de julho.
Ambos os adiamentos se deram por conta da falta de lançamentos. Os estúdios hollywoodianos cancelaram ou modificaram a data de estreia de seus principais títulos, por conta da pandemia.
Nesse primeiro momento, apenas 100 cinemas AMC devem ter as portas reabertas. A ideia é exibir clássicos, como "De Volta Para o Futuro", e comemorar o centenário da empresa.
Para tornar tudo ainda mais atrativo, a companhia elaborou a campanha "cinema em 2020, mas com preço de 1920", e divulgou que o preço da entrada no dia da reestreia será US$ 0,15 – normalmente, um tíquete desses não sai por menos de US$ 10.
Na primeira semana de atividade, a rede vai apostar na exibição de sucessos de bilheteria, como "Pantera Negra" e "A Origem", com Leonardo diCaprio. Os ingressos serão vendidos por US$ 5, assim como as pipocas.
As novidades chegam às telonas só no dia 28 de agosto, quando o filme New Mutants, da Disney, faz sua premiere. Em 3 de setembro, com dois terços de suas salas reabertas, é a vez da AMC receber o longa Tenent, dirigido por Christopher Nolan, que teve seu lançamento remarcado por três vezes.
O longa Mulan, também da Disney, era uma das estreias mais aguardadas e também viu seu calendário e estratégia serem alterados. Agora, o título vai aos cinemas em 4 de setembro, mas no mesmo dia chega também ao Disney+, plataforma de streaming da companhia do Mickey Mouse.
Em todas as etapas, a AMC garantiu que vai se certificar de que as medidas de segurança estejam sendo cumpridas pela equipe e pelos clientes. Isso significa que todos os visitantes e funcionários devem usar máscaras, as salas de cinema terão capacidade reduzida e o sistema de ventilação será atualizado.
Público e mercado reagiram com otimismo ao comunicado de reabertura da empresa. As ações da AMC fecharam o pregão da última quinta-feira, 13 de agosto, em alta de 14,4% – mas os papéis chegaram a passar dos 20% ao longo do dia. Seu valor de mercado atual está cravado em US$ 580 milhões.
Apesar do "alívio" momentâneo na bolsa, a situação da AMC segue mais complicada do que nunca. Antes da pandemia paralisar a economia americana, a empresa, dona de mais de 600 cinemas nos EUA, já tentava administrar uma dívida de cerca de US$ 5 bilhões.
Com as operações suspensas, a AMC acumulou prejuízo de US$ 562 milhões no segundo trimestre e fomentou as discussões sobre um possível pedido de concordata.
O jornal americano Los Angeles Times chegou a reportar rumores de que a Amazon estaria interessada em comprar a rede do conglomerado chinês Dalian Wanda Group.
Com um futuro incerto, a liderança da AMC tenta focar apenas no futuro. "Estamos felizes de podermos reabrir nossas portas para os americanos cinéfilos que estão buscando uma oportunidade de sair de casa e 'fugir' para a mágica dos filmes", disse o CEO da empresa, Adam Aron, em comunicado oficial.
Enquanto isso, o Cinemark, outro forte concorrente, também apressa sua volta à ativa. A rede de cinema avaliada em US$ 1,3 bilhão planeja receber visitantes já nesta sexta-feira, 14 de agosto.
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