A Stripe pode ser a próxima empresa a integrar um grupo seleto de startups que já conta com Klarna e SumUp. A fintech americana está em conversas adiantadas para a captação de um novo aporte que deve dar um respiro financeiro para a companhia. O problema é que isso também reduzirá consideravelmente o seu valuation.
De acordo com fontes internas ouvidas pelo The Information e pelo The New York Times, a startup está negociando um aporte de até US$ 3 bilhões. O dinheiro seria injetado pelos mesmos investidores que já aportaram na companhia. Entre eles está a Thrive Capital, que poderia liderar o round investindo US$ 1 bilhão por conta própria.
Além da Thrive Capital, outras gestoras conhecidas no mercado e que já aportaram são Tiger Global, Andreessen Horowitz, Sequoia Capital e General Catalyst. Ainda não há informações sobre quais outros investidores vão participar do novo aporte.
A nova injeção de capital está sendo negociada com termos desfavoráveis para a fintech, que chegou a ser a mais valiosa dos Estados Unidos. A expectativa é a de que o valuation da companhia diminua de US$ 95 bilhões, registrado na última captação feita no começo de 2021, para algo entre US$ 60 bilhões e US$ 55 bilhões.
Essa redução de valor de mercado já era esperada dentro da empresa. Nos últimos meses, a Stripe reduziu a sua própria avaliação interna para US$ 74 bilhões e depois para US$ 63 bilhões.
Para se ter ideia do tamanho deste novo round, somente essa captação já poderia ser maior do que todas as outras rodadas somadas de financiamento que a startup realizou. De acordo com dados do Crunchbase, desde sua fundação, a Stripe levantou US$ 2,2 bilhões em aportes.
Esse alívio financeiro seria usado pela startup para a manutenção de seus funcionários veteranos e para o pagamento de impostos. Em novembro do ano passado a Stripe demitiu 14% de sua força de trabalho, o que resultou no corte de aproximadamente mil trabalhadores.
Se confirmar a captação, a tendência é que a companhia consiga adiar por mais algum tempo uma eventual abertura de capital (IPO), o que acarretaria uma pressão ainda maior na empresa na busca por resultados positivos. Empresas rivais como Adyen e PayPal vivem um momento delicado na bolsa com quedas de mais de 50% no valor de suas ações desde o pico em 2021.
Esse IPO estava sendo estudado pela companhia há algum tempo. Na semana passada, a companhia fundada pelos irmãos irlandeses John and Patrick Collison informou aos seus funcionários que estava avaliando se tornar pública no próximo ano e já contratou bancos para uma eventual ida à bolsa de valores em 2024.
Do lado dos investidores, caso a Thrive Capital realmente se comprometa a investir US$ 1 bilhão no negócio, a gestora aumentará consideravelmente sua aposta na companhia. Em 2014, ela investiu US$ 30 milhões de uma rodada de US$ 70 milhões levantada pela fintech. Na época, a expectativa de retorno quando a Stripe se tornasse pública era de US$ 400 milhões.