Em mais um negócio que mostra o apetite do setor de saúde por M&As, a SulAmérica está pagando R$ 230 milhões por 100% da Sompo Saúde, que pertence a Sompo Holdings, um dos maiores grupos seguradores do Japão.

Com a transação, a SulAmérica adicionará aproximadamente 116 mil vidas de convênio médico e cerca de R$ 650 milhões anuais em receitas, reforçando sua presença em São Paulo, o maior mercado do Brasil.

Atualmente, a SulAmérica tem um receita de R$ 14,3 bilhões nos segmentos de saúde e odontologia. São cerca de 2,4 milhões de usuários de convênio médico e mais 2 milhões de plano odontológico.

“Este importante passo estratégico permitirá também o avanço de nosso market share em nosso principal nicho de atuação nesta relevante região”, disse Ricardo Bottas, presidente da SulAmérica, em comunicado sobre a transação, referindo-se a São Paulo.

Esse é mais um negócio de um dos setores mais aquecidos em M&A em 2021, em um sinal de que o nome do jogo para sobreviver é escala. No terceiro trimestre de 2021, uma pesquisa da Ondina Investimentos mostrou que o setor teve 48 fusões e aquisições, uma transação a quase dois dias.

Rede D’Or, Hapvida e Kora Saúde foram as empresas que mostraram mais apetite, com três transações cada no terceiro trimestre. Levando-se em conta apenas os acordos fechados pelo trio, o valor investido pode chegar a até R$ 1,88 bilhão.

Neste fim de ano, o setor manteve-se aquecido com vários negócios. A DNA Capital, cujo principal investidor é a família Bueno, controlada do laboratório Dasa, adquiriu 25% do braço de educação médica da Ânima por R$ 1 bilhão. Além disso, investiu na empresa de prescrição médica online Memed.

A Raia Drogasil fez um investimento minoritário na Labi Exames, um laboratório de baixo custo fundado por Marcelo Noll Barboza, ex-CEO da Dasa. A ideia é começar a oferecer exames em seu marketplace.

Um negócio que estava em compasso de espera está também prestes a ser confirmado. Trata-se da fusão Hapvida e NotreDame Intermédia, que criará um gigante no setor de planos de saúde, com valor de mercado superior a R$ 100 bilhões. No começo de dezembro, a Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a aprovação sem restrições.

Os investimentos em healthtechs estão também a todo vapor. A Alice, por exemplo, captou uma rodada de US$ 127 milhões liderada pelo Softbank Latin America em dezembro. E a Techtools Ventures, uma gestora especializada em startups de saúde, está captando dois novos fundos que somados devem ter mais de R$ 1 bilhão.