Braço de logística do Mercado Livre, o Mercado Envios está percorrendo mais um passo na estratégia do gigante de marketplace para reduzir o prazo de entrega dos produtos transacionados em sua plataforma e acirrar a disputa no plano da logística do e-commerce.
O grupo anunciou nesta quinta-feira a abertura de 5 centros de distribuição para 2021. Os novos CDs serão instalados em Governador Celso Ramos (SC); Extrema (MG); Guarulhos (SP); e outros dois em Cajamar (SP), sendo que uma dessas unidades já está em operação desde o início desta semana.
Parte do plano de investimentos de R$ 4 bilhões previstos pela empresa no País em 2020, os novos espaços mais do que dobram a capacidade de armazenamento da operação, ao acrescentar mais 340 mil metros quadrados à malha logística da Mercado Envios. No total, agora a companhia terá uma área de 610 mil metros quadrados.
Essa capacidade já havia sido alvo de uma ampliação recente, com a inauguração, em meados de agosto, de um CD em Lauro de Freitas (BA), em uma área de 35 mil metros quadrados. Outras duas unidades, em Louveira (SP) e Cajamar completam essa infraestrutura.
"Nosso foco é fazer mais entregas no dia seguinte e entregar para todo o Brasil em até dois dias", afirmou Leandro Bassoi, vice-presidente do Mercado Envios, ressaltando algo que está na ordem do dia para todos os varejistas com operações de e-commerce e marketplace: os prazos de entrega.
Atualmente, 80% da distribuição do fulfillment do Mercado Envios até os vendedores acontece em até dois dias, sendo que 70% do volume acontece em um dia. A cobertura é de cerca de 1,8 mil cidades, incluindo municípios do interior. Há pouco mais de um ano, esse índice estava em 55%.
Com a rede ampliada, o plano do Mercado Livre é originar a carga em lugares com maior volume de vendedores da plataforma, como São Paulo ou a Região Sul, e transferir o pacote pronto para capitais como Fortaleza ou Goiânia, onde a chamada última milha será feita em pequenas quantidades. Hoje, 10 mil vans são responsáveis por esse último trajeto.
O Mercado Livre começou a dar mais peso ao seu braço de logística em 2017, quando o grupo destinou R$ 1 bilhão à operação brasileira. Desde então, a companhia seguiu reforçando os aportes no País, ao acrescentar R$ 1 bilhão a mais em investimentos anualmente, chegando a R$ 4 bilhões neste ano.
Com maior foco na área, a empresa segue a trilha para atender 100% dos pedidos em até dois dias. Isso acontece em algumas praças por meio do Flex, aplicativo pelo qual vendedores podem usar veículos próprios ou contar com centrais de entrega para chegar aos clientes. Hoje, a solução está disponível na Grande de São Paulo e nos demais países onde o Mercado Livre opera, Chile, Colômbia e Argentina.
Além das 10 mil vans que fazem a entrega na última milha e 600 carretas, a companhia tem 4 aviões. Com 50 mil metros quadrados, o novo CD de Guarulhos funcionará no modelo cross-docking, onde, diferente do fulfillment, a empresa também é responsável pela última milha.
Por estar perto do aeroporto internacional, Guarulhos é uma unidade é estratégica na operação. “A malha aérea nos permite levar para o resto do Brasil um serviço excepcional”, disse Fernando Yunes, vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil.
Para atrair mais clientes, o Mercado Livre reduziu o valor mínimo para frete grátis, que era de R$ 120 e passou para R$ 99. Com 276 milhões de itens movimentados na sua plataforma nos últimos 12 meses, a promessa é entregar toda a demanda da Black Friday, principal data para o comércio digital, em até dois dias.
Recentemente, alguns dos principais concorrentes do Mercado Livre também anunciaram investimentos em logística. Em setembro, o Magazine Luiza anunciou um novo CD em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, enquanto a Amazon abriu três novos espaços, em Minas Gerais, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.
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