A novela envolvendo Elon Musk e o Twitter ganhou um novo capítulo nesta terça-feira, 19 de julho. Uma decisão judicial em Delaware, nos Estados Unidos, deu causa favorável ao Twitter para o início antecipado do julgamento que pode obrigar Musk a cumprir com o acordo de compra da empresa por US$ 44 bilhões.

A decisão vai adiantar o cronograma jurídico envolvendo o caso - algo que Musk queria postergar. O Twitter pediu para que o julgamento fosse acelerado para a segunda quinzena de setembro. A equipe de advogados de Musk, por sua vez, defendia que a decisão demandaria mais tempo da esfera judicial e só deveria ser tomada a partir de fevereiro de 2023. Em vão.

De acordo com a juíza Kathaleen McCormick, o Tribunal de Chancelaria de Delaware deve julgar o caso em cinco dias, com as primeiras sessões no tribunal marcadas para setembro – mas ainda sem uma data definida.

Caso seja condenado, Musk poderá ser obrigado a cumprir com sua parte do acordo e desembolsar US$ 44 bilhões para realizar a aquisição do Twitter. O bilionário dono da Tesla e da SpaceX desistiu da negociação após afirmar que a companhia foi imprecisa ao divulgar que apenas menos de 5% dos usuários da rede social eram contas de spam.

O Twitter, por sua vez, acusa Musk de usar o argumento como desculpa para desistir da aquisição por conta de condições adversas do mercado. Nos últimos meses, o mercado de tecnologia vive uma correção de preços e ações de diferentes empresas despencaram no mercado.

O próprio preço de mercado do Twitter sofreu alterações rigorosas. No dia 25 de abril, quando Musk anunciou a compra da empresa, a companhia tinha ações negociadas por US$ 51,70 na Nyse. Nesta terça-feira, a empresa fechou o dia com cada papel negociado por US$ 39,49, queda de mais de 23% desde então. O valor de mercado da companhia agora gira em torno de US$ 30,1 bilhões.

Para se preparar para a batalha judicial, o Twitter contratou o escritório de advocacia Wachtell, Lipton, Rosen & Katz, que é especializado em litígios empresariais e por defender companhias em acordos de fusão interrompidos em Delaware. Curiosamente, o mesmo escritório já trabalhou para Musk no processo movido por acionistas da Tesla, relacionado à incorporação da SolarCity pela companhia, em 2017.