A crise instaurada pelo novo coronavírus pode ser o "calcanhar de Aquiles" da campanha de reeleição do republicano Donald Trump.
Seu opositor democrata, Joe Biden, sabe bem disso e está disposto a explorar essa fraqueza. Em um texto publicado no jornal The New York Times, Biden revelou seu plano para enfrentar a Covid-19 e para reabrir o mercado americano, que tem diversas atividades paralisadas para conter a propagação do coronavírus.
Os Estados Unidos é, até agora, o país mais afetado pela pandemia. Mais de 550 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença e quase 22 mil óbitos foram registrados. A baixa na economia já custou 16 milhões de empregos formais.
À luz desses desafios, o candidato democrata à presidência defendeu em seu texto que é necessário responder às emergências médicas e colocar todos os esforços no desenvolvimento e distribuição da vacina contra o novo coronavírus, mas que é impossível ficar em casa à espera do medicamento. "É preciso construir uma ponte entre lá e cá", escreveu Biden.
Ex-vice presidente dos Estados Unidos durante os dois mandatos de Barack Obama, o candidato democrata à cadeira hoje ocupada por Donald Trump escreveu que seu primeiro esforço seria reduzir drasticamente o número de contágio.
"Isso significa que o distanciamento social tem que continuar e que os profissionais na 'linha de frente' têm de receber os equipamentos e ferramentas que precisam", defendeu no artigo.
Biden convocou Trump a usar todo potencial garantido ao presidente sob a Lei de Produção de Defesa, promulgada em 1950, que, de forma simplificada, permite ao chefe do executivo dizer o que as empresas devem produzir em períodos de crise.
O atual governo americano sancionou uma medida em 18 de março de 2020 que definia ventiladores pulmonares e materiais de saúde como itens de primeira necessidade.
Algumas empresas, como Ford, Tesla e GM, mudaram seu foco de produção para atender esse "chamado" presidencial e passaram a colaborar para atenuar a crise de saúde.
Ainda assim, Biden não suavizou para Trump, o seu rival republicano: "para os americanos terem seus empregos de volta, o presidente precisa cumprir melhor o seu trabalho".
Como segunda etapa de seu "plano", o democrata disse que disponibilizaria mais testes para identificar o novo coronavírus, mas que também implementaria uma estratégia de segurança de privacidade. "Um relatório recente do Departamento de Saúde e Serviços Humanitários deixou claro que estamos longe de atingir essa meta", pontuou.
Por fim, Biden disse que é imprescindível certificar-se de que hospitais e profissionais da saúde estejam preparados para uma nova onda de contágio quando as atividades econômicas forem retomadas.
"Como alguns especialistas já disseram, temos que retomar as atividades gradualmente, com escritórios abrindo antes de estádios e salas de cinema", defendeu Biden
O candidato, então, defendeu que não é possível pensar em respostas separadas para os problemas econômicos e de saúde e reforçou que as coisas não vão voltar 'ao normal' imediatamente. "Como alguns especialistas já disseram, temos que retomar as atividades gradualmente, com escritórios abrindo antes de estádios e salas de cinema."
Na condição de presidente, Biden afirmou que convocaria as mentes mais brilhantes do setor privado e de outros diversos setores para pensar em novas ideias para garantir operações seguras. "Restaurantes talvez precisem de um novo layout, com os clientes mais afastados", sugeriu.
Ciente de que muitas dessas medidas já estão sendo discutidas nos bastidores, o democrata pede que Trump acelere as conversas para que as soluções englobem também os pequenos negócios e comerciantes e não apenas beneficiem as grandes corporações.
Biden finalizou o artigo colocando como prioridade os equipamentos de segurança necessários para garantir a integridade das equipes médicas. Uma vez que essa urgência seja atendida, é hora de mirar nas ferramentas que deem segurança aos trabalhadores. Biden também garantiu: "eu focaria como um laser nas disparidades raciais nos casos Covid-19".
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