Fintech de crédito consignado privado, a Paketá está levantando R$ 16 milhões em um aporte realizado pela IOB, empresa de gestão contábil e empresarial com sede em Campinas. A companhia pertence ao Grupo IOB, que é dono das marcas Folhamatic, EBS, Síntese, Vendr e Swood.
A injeção de capital anunciada nesta segunda-feira, 30 de janeiro, se deu através da extensão da rodada de série A, feita em setembro de 2021. Na época, a startup levantou R$ 27 milhões junto ao Kinea Ventures, o fundo de corporate venture capital do Itaú. A Shift Capital, que já havia investido R$ 9 milhões na rodada seed, também participou do round.
“Naquela época, a gente não considerava captar mais dinheiro em uma extensão da rodada ou em uma série B”, diz Fabian Valverde, fundador e CEO da Paketá, ao NeoFeed. “A IOB já era uma parceira nossa e fomos desenhando um projeto para levar o crédito para os clientes deles. Daí veio o convite para que virássemos sócios.”
O reforço financeiro será utilizado para que a companhia consiga ampliar sua capacidade de atendimento. O dinheiro será investido nas áreas de marketing, vendas e tecnologia. Ainda que exista a possibilidade de que uma parte do capital seja reservada para M&As, Valverde diz que é improvável que isso aconteça.
O novo aporte vem para complementar uma estratégia de expansão que se mostrou mais clara no fim do ano passado. Em dezembro, NeoFeed reportou com exclusividade que a startup havia levantado um FIDC de R$ 300 milhões junto a Milenio Capital para ampliar sua capacidade de empréstimos.
Na época, a companhia atendia 1,1 mil clientes, o que resultava em pouco mais de 300 mil funcionários elegíveis para o empréstimo. A nova linha de crédito iria permitir elevar esse número para 2 milhões de funcionários. Para 2024, a meta da Paketá é chegar ultrapassar a barreira de 10 milhões empregados elegíveis para o crédito.
Fundada em 2018 em São Paulo, a Paketá aposta em um modelo de negócios focado no crédito consignado privado. Na prática, a fintech libera entre dois e três salários de crédito de acordo com a longevidade do funcionário na empresa que é sua cliente. As taxas são pré-fixadas e variam entre 1,8% e 3,2% ao mês.
Com o crescimento da operação, a Paketá espera atingir o breakeven já em agosto deste ano. A empresa não revela números de faturamento, mas diz que sua carteira de crédito aumentou de R$ 57 milhões para R$ 204 milhões no último ano.
A Paketá não é a única startup a apostar nesse mercado. Entre as rivais estão empresas como a Creditas, que comprou a Creditoo em 2019, e a Meu Tudo, investida pela Domo Invest e que no ano passado firmou um acordo com o Goldman Sachs para contar uma linha de financiamento de R$ 2,1 bilhões.