Dona de uma receita de € 70,4 bilhões em 2019 e de um valor de mercado de € 50 bilhões, a franco germânica Airbus divide com a americana Boeing o domínio do mercado global de fabricantes de aeronaves de grande porte.
Agora, a empresa está aquecendo as turbinas para liderar os avanços e ocupar espaço em um novo segmento desse mercado: os táxis voadores, ou como são mais conhecidos no linguajar técnico, as aeronaves elétricas de decolagem e aterrissagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês).
O mais recente progresso da Airbus nessa área veio na semana passada, quando o CityAirbus, eVTOL da marca, pilotado remotamente, fez seu primeiro voo público de demonstração nas instalações da empresa no estado alemão da Baviera, com a presença do primeiro-ministro da região, Markus Söder.
Antes de sua primeira aparição pública, o CityAirbus já tinha feito mais de 100 voos de teste pilotados remotamente, todos eles nos limites das instalações da Airbus. O primeiro deles foi realizado em dezembro de 2019. Já a primeira decolagem foi feita em maio do mesmo ano.
Com o objetivo de criar uma frota no segmento e abrir uma nova frente com a mobilidade urbana, a Airbus começou a desenvolver o CityAirbus em 2016, dentro de sua divisão de helicópteros. O projeto também teve auxílio de dados coletados sobre esse segmento pela Acubed, incubadora da fabricante no Vale do Silício.
Com oito motores e oito hélices, o CityAirbus tem autonomia para voar até 15 minutos, com uma velocidade máxima de 120 quilômetros por hora. A aeronave tem capacidade para levar até quatro passageiros e o plano é que, no futuro, os voos sejam completamente autônomos.
No segmento de aeronaves autônomas, a Airbus é uma das mais avançadas. Nesta semana, por exemplo, a empresa concluiu os testes de decolagem e pouso com um voo totalmente autônomo do jato A350-1000 XWB. Antes, o modelo em questão já havia realizado mais de 500 testes.
Espaço disputado
A Airbus não é, no entanto, a única a investir na área de eVTOLs. Entre as empresas que estão desenvolvendo projetos nessa área está a brasileira Embraer, que anunciou que estava desenvolvendo uma aeronave elétrica desse porte em 2018.
Assim como a Airbus, a iniciativa teve raízes no Vale do Silício. No caso da Embraer, ela está sendo tocada pela EmbraerX, braço de inovação e de negócios disruptivos da fabricante brasileira que, além de São Francisco, tem instalações em Boston e Melbourne, localizadas, respectivamente, nos estados americanos de Massachusetts e Flórida.
Em seus projetos de aeronaves elétricas voltadas à mobilidade urbana, a EmbraerX mantém parcerias com empresas como a americana Uber e startups como a brasileira Motora
Em seus projetos de aeronaves elétricas voltadas à mobilidade urbana, a EmbraerX mantém parcerias com empresas de grande porte, como a Uber. E também com startups como a Motora, novata criada por ex-alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que desenvolve tecnologias no âmbito dos carros autônomos.
Recentemente, a EmbraerX realizou o primeiro voo virtual do modelo por meio de um simulador. Com o teste, a empresa procurou reproduzir comandos, condições de voo e também os possíveis parâmetros para obter uma certificação nesse segmento.
A lista de companhias que estão explorando esse espaço inclui ainda nomes como as americanas Jaunt Air Mobility, que é de Nova Jersey e também tem parceria com a Uber, e Sabrewing e Archer, ambas com origem no Vale do Silício.
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