Depois de fazer o IPO, em agosto, quando levantou R$ 2,2 bilhões, a Viveo saiu às compras. Poucos dias após a abertura de capital, anunciou as aquisições da Profarma Specialty e da Cirúrgica Mafra por R$ 900 milhões. Agora, a empresa, que distribui e fabrica produtos médicos, anuncia a aquisição de mais duas companhias.
Em fato relevante divulgado há pouco, a companhia anunciou que está comprando a Tecno4 Produtos Hospitalares e a PS Distribuidora de Produtos de Saúde, importadoras e distribuidoras que atuam nos setores de controle de infecção, anestesia, de centro cirúrgico, gerenciamento de feridas e outros materiais que a Viveo não oferecia aos seus clientes.
A Viveo está pagando R$ 43 milhões pelas duas empresas, sediadas em São Paulo, com faturamento de R$ 59 milhões e um ebitda de R$ 11 milhões. A Tecno4, por exemplo, foi fundada em 2000, conta com mais de 4 mil clientes e tem contratos com marcas internacionais como Abbott Point of Care.
Quem conhece a estratégia desenhada pelo CEO, Leonardo Byrro, já escutou diversas vezes que a ideia da empresa é ser um one stop shop para os clientes e grandes grupos hospitalares. A companhia acabou se tornando um grande ecossistema de marcas e produtos. Entre elas, estão Cremer, Biogenetix, e outras.
Para aumentar o seu poder de fogo, a companhia está colocando sua máquina de M&As para rodar de olho em três grandes verticais: produtos descartáveis; negócios de distribuição para hospitais, clínicas e laboratórios; e serviços e tecnologia. Com as duas aquisições anunciadas agora, a companhia soma 14 M&As nos últimos quatro anos.
Os grandes aconteceram, em 2018, quando comprou a Cremer; em 2020, com a Expressa, uma das maiores distribuidoras de medicamentos do setor; e o mais recente foi o da Profarma Specialty, em agosto passado. E outros grandes vêm por aí. No mercado, a conversa é a de que a Viveo estaria olhando quase vinte ativos que podem agregar R$ 3 bilhões ao seu faturamento.
Um executivo do setor que tem acompanhado os movimentos de consolidação do setor disse ao NeoFeed que um dos trunfos da Viveo nos M&As é a sua capilaridade. Por estar em todo o Brasil e atender quase todos os hospitais do País, a companhia consegue seguir os passos dos grandes grupos como Rede D’Or, Dasa, Mater Dei, Kora Saúde, entre outros.
“Com isso, eles dão escala para as empresas absorvidas”, diz esse mesmo executivo. E prossegue. “Com a consolidação do setor, as grandes empresas precisam de fornecedores com portfólio amplo e que cubra o Brasil inteiro. Para as grandes empresas, centralizar as compras em um fornecedor é mais vantajoso.”
A Viveo tem crescido a uma média de 15% organicamente e mais 15% inorganicamente. No primeiro semestre, a companhia apresentou uma receita líquida de R$ 2,95 bilhões e um lucro líquido ajustado de R$ 133,8 milhões, 148,6% a mais do que no mesmo período do ano passado. Com valor de mercado de R$ 6,1 bilhões, sua ação fechou cotada em R$ 21,30. Desde o IPO, os papéis sobem 6,9%.