Com o setor de educação iniciando o ano com o pé direito, após anos sofrendo com a situação da economia e os efeitos da pandemia, o Itaú BBA está otimista com as perspectivas de Yduqs e Cogna para 2023.
Depois que ambas conseguiram reajustar as mensalidades no começo do ano, os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio decidiram elevar o preço-alvo para as ações, incorporando o bom desempenho dos primeiros três meses do ano e demonstrando certo otimismo para o restante do ano.
O preço-alvo para os papéis da Yduqs passou de R$ 11 para R$ 18 e para os ativos da Cogna foi de R$ 3 para R$ 3,50, o que implica em potencial de alta de 12% e 14% frente às cotações atuais, respectivamente.
“As duas companhias conseguiram reportar aumento de mensalidade em todos os segmentos, inclusive nas verticais presenciais e cursos digitais”, diz trecho do relatório entregue em primeira mão para o NeoFeed.
O espaço para reajuste ajudou a compensar o cenário macroeconômico, que segundo os analistas do Itaú BBA deve continuar pesando sobre as perspectivas do setor de educação. Por esse motivo, eles decidiram manter a recomendação para as ações de Yduqs e Cogna em neutro.
Os analistas destacaram que as duas empresas conseguiram registrar aumento da base de alunos, ainda que concentrado nos cursos de ensino a distância (EAD). A Yduqs cumpriu a projeção para o primeiro trimestre graças ao segmento digital e premium, que inclui medicina e os cursos do Ibmec, enquanto outros cursos presenciais tiveram queda de 19% na quantidade de alunos.
Mensalidade em alta
No caso dos tíquetes, a unidade presencial de cursos teve um aumento de 3,7% frente ao primeiro trimestre de 2022. Na mesma base de comparação, ensino digital teve alta de 15,1%, enquanto a graduação de medicina e os cursos do Ibmec tiveram alta no tíquete médio de 6,5% e 9,8%, respectivamente.
“A Yduqs espera que o segmento de ensino digital continue com a tendência positiva, com um crescimento de dois dígitos no crescimento de alunos no segundo trimestre”, diz trecho do relatório. “E esperamos que o curso de medicina continue mostrando forte crescimento, puxado pela maturação de unidades recém autorizadas e robusto ajuste de preços.”
Esse cenário esperado fez com que a projeção para a receita líquida em 2023 fosse revisada em 1%, para R$ 4,9 bilhões. O Ebitda ajustado subiu em 4,2%, para R$ 1,6 bilhão. O Itaú BBA também passou a projetar um lucro líquido de R$ 171 milhões neste ano, ao invés de prejuízo de R$ 55 milhões.
A Cogna também se beneficiou de um aumento da base de alunos em cursos totalmente presenciais e aqueles com menor presença física de alunos na Kroton, a vertical de ensino superior. Junto com o reajuste praticado nas mensalidades, ela registrou um aumento de 15% na receita.
A expectativa é de que a Kroton continue com desempenho positivo, com espaço para reajustar as mensalidades. A Saber, braço B2C de educação básica do grupo, deve se beneficiar da demanda do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) por materiais para o ensino fundamental, enquanto a Vasta, a parte B2B de educação básica, vai ter um aperto de rentabilidade em função dos custos para produção de material didático.
Os analistas do Itaú BBA revisaram a projeção para a receita líquida de R$ 5,7 bilhões para R$ 5,8 bilhões. O Ebitda ajustado recuou 4,7%, para R$ 1,7 bilhão, enquanto a expectativa para a última linha do balanço passou de prejuízo de R$ 112 milhões para lucro de R$ 7 milhões.
Por volta de 12h30, as ações da Yduqs subiam 5,03%, a R$ 16,92. No ano, elas acumulam alta de 66,4%, levando o valor de mercado a R$ 4,7 bilhões.
Os papéis da Cogna avançavam 2,28%, a R$ 3,14. No ano, eles tem alta de 48,1%, com o valor de mercado da companhia somando R$ 5,7 bilhões.