A bolsa brasileira é a mais valorizada entre os mercados emergentes e desenvolvidos. Em 30 dias, o Ibovespa rendeu aos investidores 20% em dólar. Não à toa, o ingresso de capital estrangeiro no mercado brasileiro é vigoroso. O capital externo vem dando suporte ao mercado local que leva grande vantagem ante a concorrência.

Em média, as bolsas de economias emergentes garantiram, também em 30 dias, ganho de 1% em dólar, enquanto as bolsas das principais economias valorizaram 3%, informam Marcelo Sá e Matheus Marques, que assinam o relatório Equity Strategy, do Itaú BBA distribuído nesta segunda-feira, 22 de agosto.

No ranking que reúne oito bolsas emergentes, em 30 dias, além do Brasil, a bolsa da Turquia é a única que apresenta retorno de dois dígitos, 15% em dólar. A China é a lanterninha do time, em queda de 7%.

Entre as oito bolsas de economias desenvolvidas, os EUA representam o mercado mais rentável, com ganho de 7% também em 30 dias. Neste recorte, a Alemanha é a lanterna com zero de valorização.

A carteira recomendada pelo Itaú BBA, denominada Brazil Buy List (BBL), que reúne 10 ações, apresenta ganho superior ao Ibovespa que é o “benchmark” do mercado brasileiro.

Composto por ações da ASA International Group, BTG Pactual, Energisa, MRV Engenharia, Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobras, Gerdau, Multiplan e Vale, o Brazil Buy List rende 9,4% em 2022 [até 18 de agosto] ante ganho do Ibovespa de 6,4%, segundo o Itaú BBA.

O relatório de estratégia acrescenta que o ingresso de capital estrangeiro dedicado às ações na B3 supera R$ 13 bilhões em agosto. Esse montante é equivalente a quase 20% das aplicações líquidas de estrangeiros feitas neste ano e que já superam R$ 66 bilhões.

O valor de mercado da bolsa brasileira atualmente é de US$ 797 bilhões (R$ 4,122 trilhões). Em dólares, o valor está abaixo da média dos últimos 10 anos, de US$ 907 bilhões. Já em reais, o valor atual é bem superior aos R$ 3,252 trilhões da média de 10 anos.

Quanto ao perfil dos investidores, o Itaú BBA informa que os maiores participantes em ações são os investidores estrangeiros com fatia de 37% do total, ante 41% da média de 10 anos. As aplicações em ADRs têm fatia de 13%, ante média de 17%.

Os investidores individuais respondem por 17%, ante média de 11% em 10 anos. Os investidores institucionais também avançaram em sua participação que é de 21%, ante 18% na média de 10 anos. Outros investidores bancam 13%.

O relatório do Itaú BBA indica que a percepção de risco país – avaliado pelo Credit Dafault Swap (CDS) – está em torno de 264 pontos. Portanto, não muito distante da média dos últimos 12 meses, de 232 pontos.