O mercado ainda aguarda quais serão os impactos e a extensão dos ataques envolvendo Israel e o grupo Hamas. Na segunda-feira, 9 de outubro, quando a crise entra em seu terceiro dia, alguns indicadores já trouxeram um termômetro dos efeitos do conflito sobre os mercados.
O preço do petróleo fechou o dia com alta de mais de 4%. A cotação do barril do petróleo tipo WTI para novembro teve alta de 4,33%, para US$ 86,38. Já o tipo Brent para dezembro, a elevação era de 4,22%, para US$ 88,15.
Nos Estados Unidos, os índices de ações terminaram o pregão em alta, após a forte aversão ao risco pela manhã. Ao final do dia, o Dow Jones registrou alta de 0,59%, aos 33.604,65 pontos. O S&P 500 subiu 0,63%, aos 4.335,66 pontos, e o Nasdaq expandiu 0,39%, aos 13.484,24 pontos.
Os investidores reagiram às declarações de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sobre política monetária, interpretando que não devem vir novas altas de juros neste ano.
O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, disse que a autoridade monetária deve "proceder cuidadosamente" os efeitos da alta dos juros depois do avanço dos yields dos Treasuries. Já a presidente do Fed Dallas, Lorie Logan, afirmou que a recente alta nas taxas dos títulos de longo prazo americanos pode significar uma menor necessidade por novos apertos na política monetária.
As declarações também ajudaram a puxar o Ibovespa. O principal índice da B3 terminou o dia com alta de 0,86%, aos 115.156 pontos. O dólar caiu 0,61%, a R$ 5,13.
Antes dessas declarações, os mercados vinham repercutindo negativamente a piora geopolítica. Na Europa, o índice Stoxx Europe 600 recuou 0,26%. Também terminaram em queda os índices DAX (Alemanha), de 0,1,46%; CAC 40 (França), de 0,55%; e o FTSE MIB (Itália), de 0,46%. E o FTSE 100, do Reino Unido, terminou com baixa de 0,03%.
Nas bolsas asiáticas, o primeiro dia de negociações desde o início dos ataques trouxe uma ligeira queda, de 0,44%, na Bolsa de Xangai. Já em Hong Kong, o pregão foi finalizado com uma pequena alta de 0,18%. Por conta de feriados, as bolsas do Japão e da Coreia do Sul não operam nessa segunda.
Em paralelo a essas reações iniciais, o Banco Central de Israel informou em comunicado que planeja vender US$ 30 bilhões em reservas estrangeiras para reduzir a volatilidade do shekel, a moeda local.
O anúncio aconteceu depois de o shekel registrar uma queda de mais de 2% em relação ao dólar, o menor nível nos últimos sete anos. Após o anúncio, houve uma pequena recuperação, com a moeda sendo negociada a um valor 1,8% mais baixo em relação à moeda americana.
Na nota, o BC israelense observou que tem cerca de US$ 200 bilhões de reservas em moeda estrangeira e quer fornecer a liquidez necessária para a continuação do “bom funcionamento dos mercados”. Nessa direção, o órgão informou que também pode negociar até US$ 15 bilhões por meio de acordos de swap.
*Reportagem atualizada às 18h.