O mercado financeiro americano acordou em bull market na quinta-feira, 2 de novembro, com a leitura de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) terminou a subida sucessiva de juros - a maior em 22 anos - e não mexerá as taxas na próxima reunião, que acontecerá em dezembro.
O mercado agora aposta que a probabilidade de não haver mais aumento na taxa de juros neste ano é de 85%, enquanto antes da reunião a probabilidade era de 59%, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
Os tresuaries de 30 anos (títulos do tesouro americano com vencimento para 2053) negociam perto de 4,8%, com queda de 0,15 ponto percentual (pp.), enquanto os juros de 10 anos negociam perto de 4,6%, com queda de 0,12 pp., menor nível em duas semanas.
O sentimento positivo se reflete na bolsa de valores: O SP 500 sobe de 1,5% perto do meio-dia, enquanto o índice Nasdaq sobe 1,5% e o Down Jones 1,2%.
Hoje, o noticiário americano também mostrou uma prova de que a economia americana está desacelerando lentamente. O número de americanos que apresentaram novos pedidos de subsídio de desemprego aumentou moderadamente na semana passada.
Os pedidos iniciais de auxílio desemprego estadual aumentaram em 5.000, para 217.000 com ajuste sazonal na semana encerrada em 28 de outubro. Abaixo do que previa economistas consultados pela Reuters, que postavam em 210.000 pedidos. Esse é o sexto aumento consecutivo de pedidos.
No entanto, a economia americana continua resiliente no geral. Também saíram dados da produtividade da economia no terceiro trimestre e ela cresceu ao ritmo mais rápido em três anos.
A produtividade não agrícola, que mede a produção horária por trabalhador, aumentou a uma taxa anualizada de 4,7% no último trimestre, a mais rápida desde o terceiro trimestre de 2020, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Os dados do segundo trimestre foram revistos ligeiramente em alta para mostrar que a produtividade cresce a uma taxa de 3,6%, em vez do ritmo de 3,5% relatado anteriormente.
Na sua fala na última quarta-feira, o presidente do Fed deixou as portas abertas para um novo aumento na taxa de juros caso a economia continue resiliente a desaquecer. Mas parece que, por enquanto, Wall Street quer se concentrar nas boas notícias.
"Certamente é um cenário em que podemos obter mais aumentos nas taxas, mas acho que o cenário mais provável é que terminemos”, disse o economista-chefe da Moody's Analytics, Mark Zandi, ao Yahoo Finance. "E acho que a ação atual do mercado sugere que agora essa é a visão consensual."