ANAHEIM — Assim que Baby Yoda surgiu na série The Mandalorian, em 2019, virando uma sensação na internet, a presidente da LucasFilm, Kathleen Kennedy, já viu a pequena criatura verde ganhando as telas.
Mesmo que o anúncio tenha levado anos, nos bastidores da companhia todos sabiam que Grogu, como o bebê é chamado, e seu mentor, o caçador de recompensas Din Djarin, seriam as estrelas do primeiro filme desde o desfecho da saga original.
“Quando The Mandalorian virou um sucesso e Baby Yoda tomou o mundo de assalto, percebemos que ingressávamos rapidamente em uma nova era narrativa de Star Wars”, disse a executiva, referindo-se ao último filme da saga, Star Wars: Episódio IX — A Ascensão Skywalker, de 2019.
Como ela contou, em encontro com um grupo de jornalistas no Anaheim Convention Center, na Califórnia, do qual o NeoFeed participou, na época o estúdio procurava “outros terrenos”, por já terem lançado a nona aventura, encerrando aquele ciclo nas telas.
“Passamos então a planejar de duas a quatro temporadas da série The Mandalorian para o serviço de streaming Disney+. Mas já sabendo que, na sequência, migraríamos o título para o cinema”, lembrou Kathleen.
Como sugere o título, The Mandalorian and Grogu dará continuidade aos acontecimentos da série, com foco na relação afetiva entre Din Djarin (interpretado por Pedro Pascal) e Grogu, seu aprendiz.
Ou seja, o filme, com lançamento agendado para maio de 2026, vai explorar o que realmente garantiu a resposta emocional do público à série.
Até porque os fãs adoram ver a criaturinha sensível à “Força” desenvolver as suas habilidades, como o poder de cura e a telecinesia, com a qual chegou a salvar Din Djarin, ao levantar um Mudhorn enorme em um dos episódios.
E o fato de o herói mirim parecer frágil e indefeso dá até mais graça, já que Baby Yoda acaba se mostrando mais forte do que muitos outros personagens da série. E sem perder as adoráveis expressões faciais.
“Ponto de vista é algo que valorizamos muito na Lucasfilm. Diante de todos os projetos que chegam até mim, o papel que eu mais procuro desempenhar é o de guiar os responsáveis para uma perspectiva específica. Sem isso, o desenvolvimento pode se tornar caótico, perdendo o rumo”, contou Kathleen. Aos 71 anos, ela ocupa a presidência da companhia desde 2012.
The Mandalorian and Grogu é o primeiro projeto do imaginário espacial de Star Wars, que nasceu em outro veículo, antes de chegar às telas. “É o oposto de Rogue One: Uma História Star Wars, de 2016, que fez a sua transição de filme para série”, disse a executiva, referindo-se à produção Andor, de 2022.
Aqui a série resgatou o passado de Cassian Andor (Diego Luna), um dos oficiais de inteligência da Aliança Rebelde, sendo ambientada cinco anos antes dos eventos do filme.
“O fato de podermos mudar de uma plataforma à outra é um sinal positivo para o futuro da distribuição de conteúdo. Isso não deixa dúvida de que os consumidores estão abertos para receber as nossas histórias de maneiras diferentes”, disse Kathleen.
Ela apresentou e discutiu projetos da empresa na última D23 Expo, a convenção para os fãs da Disney, realizada em agosto, em Anaheim, na Califórnia.
Uma versão do painel da Lucasfilm será realizada em São Paulo, durante a D23 Brasil — Uma Experiência Disney. Trata-se da primeira edição da convenção na América Latina, marcada os próximos dias 8, 9 e 10.
Na ocasião também serão divulgadas novidades dos demais estúdios da Disney Entertainment — Disney (live-action e animação), Pixar, Marvel e 20th Century.
Além de The Mandalorian and Grogu, a Lucasfilm trabalha em outros projetos derivados de Star Wars. Entre eles, a série Skeleton Crew, com estreia em dezembro no Disney+ e Andor, que ganhará uma segunda temporada em 2025.