O metaverso, um espaço em que as pessoas podem interagir com objetos do mundo real e virtual, ganhou destaque desde que o Facebook decidiu mudar seu nome para Meta e apostar na tecnologia.
Agora, o metaverso está ganhando as manchetes pelo custo de suas propriedades digitais, que estão equivalentes e até mais caras do que as do mundo real.
Nesta semana, um terreno digital foi vendido por US$ 2,43 milhões (aproximadamente R$ 13,5 milhões) na Decentraland, um metaverso popular em que as pessoas podem comprar terrenos, visitar edifícios e se relacionar com outas pessoas por meio de seus avatares.
O valor é mais alto do que o preço médio de uma casa em Manhattan, em Nova York, e acima dos preços de residências em São Francisco, no coração do Vale do Silício, uma das regiões mais caras dos Estados Unidos.
O terreno virtual foi comprado pela Metaverse Group, uma subsidiária da Tokens.com, que disse que usaria a propriedade que fica no coração do distrito de Fashion Street, com uma área equivalente a mais de 500 metros quadrados, para a expansão na indústria da moda digital.
O plano da Tokens.com é realizar desfiles de moda e vender roupas virtuais para avatares. As coleções seriam criadas por meio de parcerias com marcas do mundo real.
O valor pago pela Tokens.com é recorde para um terreno digital. Até então, o valor mais alto pago era de US$ 913 mil por uma propriedade na Decentraland, mas é inferior, ainda, se a comparação for pelo metro quadrado.
Em São Francisco, por exemplo, o valor do metro quadrado está na casa dos US$ 1,2 mil. Na Decentraland, o valor pago pela Tokens é superior a US$ 400, segundo uma reportagem do site americano Business Insider.
O negócio é o mais recente que envolve o metaverso, até então uma tecnologia restrita aos aficionados por mundos virtuais, mas que, agora, está se tornando cada vez mais popular.
Trata-se de um mercado cujas cifras alcançam bilhões de dólares – embora seja difícil de chegar a um consenso sobre os valores envolvidos. O The Information, site que cobre o universo do Vale do Silício, estima em US$ 85 bilhões o tamanho desse mercado em 2025, incluindo games, ferramentas de comunicação de negócios e publicidade.
A consultoria de Emergen Research calcula que o metaverso pode representar um mercado de US$ 829 bilhões em 2028 (isso mesmo, você não leu errado). O dado inclui softwares, hardwares e serviços.
É de olho nessas cifras que muitas empresas começam a se movimentar nessa área. E os nomes que pretendem fincar sua bandeira no metaverso incluem Facebook, Microsoft, Epic Games (que faz o Fortnite), Roblox e as big tech chinesas, como Tencent e ByteDance (dona do TikTok).
Uma das empresas mais avançadas nessa área é a Magnopus, companhia que tem entre os seus fundadores o brasileiro Marcelo Lacerda, que fundou o ZAZ, nos anos 1990, um dos primeiros provedores de internet do Brasil, que deu origem ao portal Terra.
A Magnopus está por trás da experiência digital da Expo Dubai, que permite que as pessoas presentes, com seus celulares ou óculos virtuais, possam andar nos 480 hectares da exposição universal e interagir com avatares de quem está fisicamente no local, graças a uma constelação de mais de um bilhão de sensores de internet das coisas e de câmeras.