O que tem valor para você? Se você gosta muito de um músico, por exemplo, quanto você pagaria pela guitarra que ele usou em sua primeira apresentação? Um item único como esse não tem só grande valor afetivo, mas também monetário.

Só que, quando falamos em ativos digitais, esse valor de propriedade pode se perder, uma vez que, com a internet, é possível ter acesso a tudo. E é exatamente aí que entram as NFTs, em que obras digitais, memes e, até mesmo um tweet, ganham um certificado que tornam esses ativos autênticos algo único e que, com o registro, podem ser comercializados a preços astronômicos.

Esse é só um exemplo de tecnologias que estão ganhando cada vez mais espaço no mercado e devem transformar a forma como nós e as marcas vemos o mundo. Você deve ter visto em meus últimos artigos que esse avanço da tecnologia tem sido extremamente relevante para marcas que sabem olhar as oportunidades, e o quão longe podemos chegar com um aparelho que cabe na nossa mão (smartphone).

O digital entra como solução para muitas questões da nossa sociedade e cada vez mais vem mostrando que não existem limites quando falamos sobre inovar. Nesse contexto, as companhias podem e devem aproveitar isso, além de também precisarem entender todo o impacto disso em seu público e a importância de se comunicar com eles.

Recentemente, acompanhamos a movimentação do Facebook para ingressar no metaverso, com a nova marca Meta, unindo suas plataformas em um novo padrão, com o objetivo de integrar a utilização pessoal e profissional dos canais dentro de uma imersão no mundo digital. É incrível imaginar essa transição do físico para o digital por meio de uma realidade aumentada.

O metaverso é a próxima fronteira para as conexões sociais e veremos muita coisa acontecendo nesse sentido daqui para frente. Esse movimento do Facebook, agora Meta, é uma forma de reforçar seu posicionamento como uma empresa de tecnologia, e não só de redes sociais, que está investindo em ferramentas que proporcionem mais conexão entre as pessoas.

O metaverso é a próxima fronteira para as conexões sociais e veremos muita coisa acontecendo nesse sentido daqui para frente

Temos aqui uma nova era em que as experiências virtuais serão baseadas em plataformas capazes de transmitir um senso maior de presença, que o smartphone sozinho ainda não consegue.

Estamos falando de você estar em um ambiente virtual interagindo com outra pessoa e sentindo como se realmente estivesse com ela. Até agora isso só tinha sido possível por meio das plataformas de games, que foram pioneiras ao desbravar essa relação com o metaverso. A partir desse momento, veremos isso ganhando mais recursos e cada vez mais empresas verão a importância de investir nesse mercado em que a Meta está fazendo história.

Isso nos mostra que o que parecia ser tão distante, agora está cada vez mais presente, e devemos ficar atentos a cada uma dessas novidades, que podem representar um mar de oportunidades para as marcas.

Esse universo tem grandes destaques também quando falamos de game e moda, e posso citar cases de sucessos aqui como o Tinder, com o Carnatinder no GTA, a Renner com sua loja virtual no Fortnite e o McDonald's com unidades no Minecraft e no The Sims 4.

O poder de utilizar meios como esses para se comunicar de forma disruptiva com seu consumidor é extremamente relevante, pois mostra o quanto as marcas entendem onde cada vez mais a atenção do seu público está chegando, e é lá que ela deve estar presente.

NFTs + criptomoedas = oportunidades

Antes de encerrar esse artigo, não poderia deixar de voltar a falar sobre os NFTs. Já conheceu alguém que tem algum bem super raro? E já pensou em quanto esse item pode representar em valor financeiro, como algum carro de colecionador, algum trabalho artístico, ou o primeiro tweet do mundo? Graças aos NFTs, materiais digitalizados, como o primeiro tweet, podem ser vendidos e adquiridos como um bem valioso.

As NFTs (non-fungible token) nada mais são do que tokens não fungíveis. Isso quer dizer que são itens vindos do meio digital, certificados para serem únicos e exclusivos em todo o planeta, podendo ser vendido e adquirido em valores altíssimos por grandes nomes do mercado, o que gera um movimento gigantesco nas criptomoedas, como o exemplo do primeiro tweet, vendido por US$ 2,9 milhões, e depois convertido em bitcoin para uma doação à ONG GiveDirectly.

As criptomoedas são as principais fontes de comercialização das NFTs hoje, servindo como mecanismo de troca. Antigamente as pessoas não imaginavam o quanto de evolução viria nos próximos anos. Agora, nossa rotina é sondada pelo virtual, e isso tem cada vez mais se consolidado. E o mesmo acontece com as formas de compras. Por isso, não podemos estar presos ao tradicional. Enquanto você lê esse artigo, milhões de novas ideias já foram criadas a partir do universo tecnológico que estamos vivendo e devemos estar inseridos a cada mudança.

Podemos falar aqui também do caso do game Axie Infinity, um jogo que é todo criado como NFT, com batalhas entre personagens monstros, disputados e vendidos, fazendo com que os jogadores lucrem por dia até 100 SLP, a Smooth Love Potion, uma categoria de criptomoeda que equivale a R$ 1,45 a unidade. Mesmo toda essa movimentação sendo feita de forma virtual, as novas gerações compreendem o valor que ela gera e podemos enxergar isso como o futuro que não está nada distante.

E como tudo isso pode trazer benefícios para minha marca? Essa é a pergunta de um milhão de dólares, que pode mudar o mundo. O que está cada vez mais claro para mim é que todo esse movimento e tecnologia presente nas NFTs é algo absurdamente transformador. Capaz de mudar toda a nossa realidade diante dos olhos.

O que acredito é que esses tokens vão muito além do que hoje enxergamos como óbvio, como obras de arte digitais, itens colecionáveis de jogos, etc. As marcas precisam entender o seu valor como uma ferramenta que cria proximidade com seu público de interesse. Está mais do que na hora de ver o NFT como poder de conexão.

O fato é que estamos passando por todo o processo de digitalização do mundo, e cada vez mais tendemos a nos adaptar a ele, não restando espaço para a forma que nos comunicamos no passado com nossos clientes. Nisso é imprescindível que a cultura se movimente em uma aceleração constante como já está acontecendo.

Enquanto isso, cabe às marcas compreenderem que, acompanhar esse avanço precisa se tornar algo natural e positivo para elas, até porque a ideia é que os meios facilitem cada vez mais a nossa forma de nos relacionar no dia a dia e com o nosso público. Se olharmos um pouco para trás podemos ver o quanto já evoluímos, e mais do que nunca devemos olhar não só para frente, mas para o futuro que começa hoje.

Rapha Avellar é fundador da Adventures Inc.