O mundo dos negócios está evoluindo rapidamente e cada vez mais pessoas encontram maneiras de monetizar suas habilidades e paixões. Essa tendência é comumente chamada de "empresarialização do consumidor". Ao contrário do passado, onde os mercados de trabalho “comoditizavam” as pessoas, novas plataformas permitem que indivíduos monetizem suas habilidades únicas.

No passado, mercados sob demanda (pense em iFood ou Rappi) facilitaram o ganho de dinheiro para as pessoas, mas eram geralmente focados em serviços muito específicos, como entrega de alimentos, estacionamento ou transporte (Uber ou 99).

Esses serviços tornaram o trabalho bastante unidimensional ao combinar oferta e demanda e definição de preços. No entanto, com as novas plataformas digitais, as pessoas agora podem ganhar a vida com suas habilidades exclusivas, criando conteúdo e gerenciando suas comunidades, o que é um grande avanço.

Plataformas como Hotmart ou Brandlovrs estão facilitando para qualquer pessoa se tornar um empreendedor. Por exemplo, há alguns anos, a indústria de influenciadores decolou. Pessoas usam suas habilidades criativas, desde a fabricação de produtos físicos até a criação de vídeos personalizados. Não é apenas para empresas estabelecidas. É democrático.

Basicamente, novas plataformas digitais estão permitindo formas de trabalho que nunca vimos antes. Por exemplo, no site de microblogging Weibo, os usuários vendem conteúdo como Q&As, grupos de bate-papo exclusivos e transmissões ao vivo somente por convite por meio de associações ou compras avulsas. Isso deu origem a uma onda de influenciadores não tradicionais, além dos típicos influenciadores de beleza e moda.

Essas novas plataformas têm algumas coisas em comum:

1. São acessíveis a todos, não apenas a empresas e profissionais;

2. Celebram a individualidade e permitem que as pessoas usem seus talentos únicos;

3. Eles se concentram em produtos, serviços ou mídias virtuais, o que significa que os provedores podem trabalhar de qualquer lugar do mundo e de forma escalável;

4. Eles fornecem ferramentas para crescer e operar um negócio, o que significa que os provedores podem se concentrar no que fazem de melhor e deixar o resto para a plataforma.

No Brasil, por exemplo, segundo a YouPix, 71,3% dos criadores de conteúdo que trabalham exclusivamente com a profissão têm renda individual de R$ 2 mil até R$ 5 mil. Quando ampliamos o olhar e percebemos que 90% dos brasileiros recebem menos de R$ 3,5 mil por mês e que 70% recebem até R$ 1,8 mil por mês, percebemos a força que essa nova economia tem. As novas plataformas digitais estão ajudando a criar uma força de trabalho mais diversa e inclusiva, o que beneficia a todos.

Ao construir uma empresa ou marca nesse espaço é importante considerar as necessidades dos criadores que você está direcionando, bem como o público desejado. Existem compensações entre marketplaces de plataformas SaaS.

Os mercados são totalmente plug-and-play, o que significa que os provedores podem se inscrever e começar a ganhar receita com o mínimo de configuração. As plataformas SaaS exigem que os criadores trabalhem de forma independente para adquirir clientes, o que pode ser mais desafiador, mas também mais recompensador no longo prazo.

Mas, em geral, novas plataformas integradas capacitam empreendedores a monetizar sua individualidade e criatividade. Nos próximos anos, a economia dos criadores continuará a crescer, e imaginamos um futuro em que o valor de habilidades e conhecimentos únicos possa ser desbloqueado, aumentado e apresentado aos consumidores.

Haverá mais oportunidades para que as pessoas ganhem a vida fazendo o que amam e para os consumidores criarem relacionamentos de novas formas com seus creators favoritos. Pense na WePink, marca criada pela Virginia Fonseca, ou na Fave, marca criada pela Flávia Pavanelli e como estas marcas estão revolucionando a relação consumidor-marca.

Criatividade e a Web3

A economia criativa também está intimamente ligada ao conceito de Web3, que se refere à próxima evolução da internet, que é descentralizada, transparente e baseada na comunidade. Tecnologias Web3, como blockchain e contratos inteligentes, permitem que os criadores tenham mais controle sobre seu conteúdo e monetização, bem como estabeleçam relacionamentos diretos com seu público.

Em um mundo Web3, os criadores podem potencialmente contornar intermediários tradicionais como plataformas de mídia social e, em vez disso, interagir diretamente com seus fãs e clientes. Isso pode levar a modelos mais equitativos e sustentáveis de monetização, onde os criadores são recompensados pelo valor que trazem às suas comunidades, em vez de estarem sujeitos aos caprichos de plataformas centralizadas.

E ainda há muito mais por vir. A economia dos criadores está sempre mudando e crescendo. Com novas tecnologias, novas oportunidades surgirão o tempo todo. Precisamos continuar apoiando e capacitando os criadores a fazerem o que amam. Dessa forma, eles podem realmente brilhar e fazer a diferença para si mesmos e para todos nós.