Se há alguns anos os carros voadores eram vistos somente em filmes futuristas, esses veículos podem estar cada vez mais próximos de “aterrissarem” na vida real. O problema é que o preço, tal qual o próprio veículo, também vai estar lá no alto.

Nos últimos dias, a empresa californiana Aska recebeu autorização para iniciar os testes do A5, seu protótipo com asas retráteis e que parece misturar a engenharia de um helicóptero com um automóvel. Sendo desenvolvido desde 2018, o carro voador pode ser lançado em 2026 ao preço de US$ 789 mil. A previsão é comercializar 1,5 mil unidades.

O modelo, que tem tamanho semelhante ao de uma camionete e comporta quatro passageiros, pode decolar e pousar de forma vertical (como um drone) ou horizontal (como um avião). Por ser híbrido entre ar e terra, o automóvel é diferente dos eVTOLs que apenas funcionam no ar.

A ideia da fabricante é atrair interessados que desejam viver fora das grandes cidades. Quando estiver apto a ser utilizado, o veículo terá autonomia para fazer viagens de até 250 milhas (o equivalente a 400 quilômetros) em velocidades que podem superar 240 km/h.

Essas distâncias e velocidades só podem ser atingidas no ar. Quando está no solo, o A5 foi projetado para ser guiado por até 16 quilômetros. A ideia é de que o veículo permaneça no chão apenas para realizar trajetos curtos até áreas de decolagem.

Para ajudar a driblar o preço quase impeditivo, a Aska está estruturando um serviço de locação em modelo de carsharing. A tendência é de que essa frente evolua somente quando os veículos estiverem disponíveis para o público.

A Aska não é a única empresa interessada neste segmento. Nos últimos meses, a Alef Aeronautics, investida pela SpaceX, obteve certificação da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos para testar seus modelos de carros voadores. Chamado de Model A, o veículo tem preço previsto para US$ 300 mil.

Gigantes do mercado automotivo também estão de olho neste horizonte. No começo do ano, a Stellantis, dona das marcas Fiat, Chrysler, Peugeot, Jeep, entre outras, investiu US$ 150 milhões na Archer, uma produtora de aeronaves deste tipo. A Eve, spin-off da Embraer, é outra empresa que tenta viabilizar este tipo de veículo. Em dezembro, a Eve recebeu um reforço de capital do BNDES.