A 7ª edição do The Future Investment Initiative (FII7), que teve início na última semana na capital da Arábia Saudita, Riad, sob o tema "A Nova Bússola," é um reflexo claro de como aquele país vem demonstrando sua grandiosidade e capacidade de transformação não apenas no cenário esportivo, com a contratação de notáveis atletas e craques, como também no mundo dos negócios, das finanças e da economia real.

No palco principal, um verdadeiro campo de inovação e grandes ideias. O evento funcionou como uma gigante plataforma interativa, cuidadosamente projetada para auxiliar investidores a redefinir o curso de suas empresas e da economia global. Gente com capacidade de mudar o mundo estava lá: cientistas, visionários, CEOs, investidores, políticos, empresários, acadêmicos e muitos outros. O objetivo? Aprender a navegar por horizontes desconhecidos que estão moldando a Nova Ordem Mundial e o front do desenvolvimento tecnológico, socioeconômico, geopolítico e climático.

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O evento reuniu milhares de participantes de mais de noventa países. A diversidade dos painelistas foi enorme. O tema das guerras em curso foi recorrente nas discussões. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, ressaltou o compromisso da organização em utilizar o poder unificador do futebol para promover a paz, afinal, é responsabilidade de todos contribuir para o apaziguamento das tensões globais.

A disrupção dos próximos 10 anos será maior do que aquela que o ocorreu nos últimos 10. Uma nova onda de transformação tecnológica, fortemente impulsionada pela inserção de IA na vida das pessoas, afetará profundamente a sociedade, a economia e as profissões.

Os avanços científicos serão surpreendentes. A ideia de que a expectativa de vida chegue a mais de 150 anos já é tratada com muita Naturalidade, mas traz como desafio a escassez de recursos naturais e alimentação. Assim, é determinante que líderes atuais desenvolvam e implementem estratégias inovadoras para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades neste cenário em constante evolução.

A cooperação entre nações será fundamental para o enfrentamento dos desafios mundiais. Ainda no campo das transformações, cerca de 70% de todas as empresas adotarão pelo menos um tipo de IA até 2030.

Até o final desta década, organizações se dividirão em duas categorias: aquelas que aproveitam plenamente a IA e as que se tornarão obsoletas. Além disso, a reestruturação econômica está diretamente associada a uma solução abrangente para a questão do clima. Esse é um ponto inevitável.

Um dos painéis que verdadeiramente me impressionou reuniu 11 dos maiores líderes do setor financeiro para uma discussão intitulada: “Board of Changemakers: Navigating New Norms”. Contou com as presenças marcantes de Ray Dalio, fundador da renomada gestora de ativos Bridgewater Associates, Larry Fink, CEO da BlackRock, Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, David Solomon, CEO da Goldman Sachs, Stephen Schwarzman, fundador da Blackstone, entre outros.

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O FII7 aconteceu em Riad, capital da Arábia Saudita

Como é amplamente conhecido, a economia desfrutou de quase quinze anos de dinheiro abundante, com taxas de juros historicamente baixas. Mas as circunstâncias se inverteram, com os bancos centrais de todo o mundo apertando a política monetária e as preocupações crescentes sobre uma crise de dívida, elevação de taxas e o impacto dos últimos conflitos no mercado de petróleo, além das guerras que tristemente estão em andamento.

Diante das análises e projeções, percebo que há um tom predominantemente pessimista quando se trata da recuperação econômica no próximo ano, acompanhado da perspectiva de taxas de juros elevadas a longo prazo. No entanto, compartilho da visão mais otimista, em linha com a abordagem de Yasir Al-Rumayyan, Governador do Public Investment Fund (PIF) da Arábia Saudita (com mais de US$ 700 bilhões sob gestão) e Chairman da Petroleira Aramco.

Yasir categoriza os investidores em duas dimensões: passivos e ativos. Os passivos têm menor envolvimento na construção de empresas, enquanto os ativos não só lideram projetos empreendedores transformacionais - muitas vezes independentes dos ciclos macroeconômicos, como investem na economia real, o que produz geração de empregos, receitas fiscais, crescimento e desenvolvimento. Essa base é fundamental para a prosperidade e a implementação de uma dinâmica virtuosa, sendo também o cerne da visão da eB Capital.

É importante ressaltar que, em meio à polarização que frequentemente permeia as discussões sobre o futuro do mundo, a crença nas pessoas, no empreendedorismo e na capacidade de criar, construir e transformar precisa continuar a ser a principal fonte de inspiração para líderes globais. Independentemente de estarmos envolvidos em debates otimistas ou pessimistas, essa confiança no potencial humano e na capacidade de fazer a diferença é o que nos motiva e nos guia em direção a um futuro mais promissor.

*Eduardo Sirotsky Melzer é CEO e cofundador da eB Capital