O serviço Prime, da Amazon, sempre foi sinônimo de rapidez de entrega nos Estados Unidos. Em um ou dois dias, o consumidor recebia em sua casa o produto comprado no site da empresa de Jeff Bezos.
Agora, a entrega está demorando até quatro dias. E o culpado é o coronavírus. Enquanto empresas como Apple e Nike estão fechando lojas ao redor do mundo, a Amazon não está dando conta da demanda.
Tanto que, enquanto muitas empresas temem uma desaceleração da economia mundial, o que pode levar ao corte de funcionários, a Amazon está planejando contratar até 100 mil novos trabalhadores.
Essas vagas recém-anunciadas se concentram nos Estados Unidos, para posições nos centros de distribuição e na rede de entregas da varejista. Todos os empregos são para meio período.
Ao mesmo tempo em que vê a alta dos pedidos, a Amazon alega que o aumento do tempo de entrega do serviço Prime está relacionado a priorização das compras de itens essenciais, como alimentos e produtos domésticos básicos.
"Estamos vendo um aumento nas compras online e, como resultado, alguns produtos, como artigos básicos e suprimentos médicos, estão fora de estoque", escreveu a Amazon, em um e-mail destinado a marcas e profissionais de marketing, na qual a publicação Ad Age teve acesso.
“Com isso em mente, estamos priorizando temporariamente produtos básicos, suprimentos médicos e outros produtos de alta demanda que entram em nossos centros de atendimento, para que possamos receber mais rapidamente, reabastecer e entregar esses produtos aos clientes".
Paralelo à abertura das novas vagas, a gigante de Jeff Bezos comunicou também que vai aumentar em US$ 2/hora o salário de todos os seus funcionários operacionais nos Estados Unidos e Canadá. Com isso, os colaboradores nessas regiões vêem seu pagamento subir de US$ 15 para US$ 17 por hora de trabalho.
Já os funcionários da Amazon na Inglaterra vão ganhar um adicional de US$ 2,45/hora, enquanto os trabalhadores em outros países europeus terão um aumento de US$ 2,24 hora.
Até dezembro do ano passado, a Amazon contava com 800 mil pessoas em sua folha de pagamento e a decisão de aumentar o quadro mostra a dimensão do desafio que é cumprir a alta procura em tempos de pandemia e quarentena.
Desde que a situação com o coronavírus se agravou nos Estados Unidos, há cerca de um mês, as ações da Apple despencaram 21%. Os papéis da Lululemon caíram 40%, e os da Nike 30,9%.
A Amazon não passou intacta pelo processo e suas ações cederam 16% na Nasdaq. Hoje, a Amazon observou suas ações dispararem mais de 6% e seu valor de mercado encostar em US$ 910 bilhões.
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