Quando surgiu, o aplicativo de vídeos curtos TikTok se tornou o principal pesadelo do Instagram, a rede social de imagens da Meta (ex-Facebook), que teve que, aos poucos, aderir ao modelo de seu rival chinês.

Agora, a dona do ByteDance se prepara para fazer uma nova incursão que deve contar com a ajuda do TikTok. A empresa negocia com as principais gravadoras para expandir seu serviço de streaming Resso para enfrentar o Spotify.

O objetivo da ByteDance é que o serviço de streaming seja integrado ao TikTok e sirva como uma plataforma global de distribuição de músicas, segundo uma reportagem do The Wall Street Journal (WSJ).

De acordo com WSJ, a negociação com as gravadoras não está sendo simples e há obstáculos significativos para serem superados. Um deles é o valor pela qual as gravadoras serão remuneradas. O serviço de streaming de música Resso está disponível apenas no Brasil, Índia e Indonésia e em mais alguns outros poucos países.

O plano da ByteDance é usar o TikTok como um aliado para que os usuários possam descobrir música no aplicativo de vídeos curtos. A lógica é levar esse consumidor para o serviço de streaming de música, para que possa ser um assinante.

O TikTok, que é o aplicativo mais baixado do mundo em 2022, segundo a consultoria Sensor Tower, se tornou um fenômeno entre os jovens e tem ajudado a impulsionar músicas através de seus vídeos virais. Músicas como “Heat Waves”, do Glass Animals, e "Blinding Lights", de The Weeknd, por exemplo, foram catapultadas ao sucesso pelo TikTok.

A expansão da ByteDance no streaming de música seria um meio de manter sua grande base de usuários dentro de seu ecossistema. A assinatura abre também outra fonte de receita. No ano passado, o faturamento da companhia chinesa chegou a US$ 61,7 bilhões, alta de quase 80%.

A briga será com o Spotify, que tem 188 milhões de assinantes pagos e está se expandindo para podcasts e audiolivros em um esforço para melhorar as margens. A Apple Music e o YouTube também têm serviços de streaming de músicas.