As ações da JHSF já vinham em trajetória ascendente em 2025, mas ganharam um novo impulso nesta quarta-feira, 17 de setembro. Os papéis chegaram a subir mais de 10% ao longo do pregão e fecharam o dia com alta de 8,27%, cotados a R$ 6,02, dando à empresa um valor de mercado de R$ 4,02 bilhões

Por trás desse fôlego renovado do grupo com origem no real estate está um movimento divulgado no fim da noite da terça-feira, 16 de setembro. Em fato relevante, a JHSF anunciou a estruturação de um veículo de R$ 4,6 bilhões para a compra e venda de estoques, lotes e produtos imobiliários da própria empresa.

Essa estrutura nasce com garantia firme de investidores nacionais e internacionais, bem como de bancos que ancoram a oferta. E abre caminho para que o grupo amplie sua capacidade de financiamento e expansão para além do seu próprio balanço.

Com ativos prontos ou em desenvolvimento, o pacote embalado agora pelo novo veículo inclui projetos dos complexos Cidade Jardim e Boa Vista, como o Boa Vista Estates, o Boa Vista Village, a Reserva Cidade Jardim, o São Paulo Surf Club Residences (fase 1) e a Fazenda Santa Helena (fase 1).

Em relatório, o Santander ressaltou o anúncio como positivo para os papéis da JHSF. Para o banco, esse movimento desbloqueia o valor dos projetos flagships em desenvolvimento no portfólio, que representam cerca de 120% do valor de mercado atual da empresa.

Os analistas do Santander também apontam que o veículo de investimento deve auxiliar o processo de desalavancagem da JHSF, que passará a ter um balanço mais sólido para financiar seu pipeline de projetos.

Com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 4,20 para o papel, eles ressaltam, porém, que não está claro o nível de custos para a entrega dos projetos vendidos pelo grupo. Mas citam que, segundo os dados mais recentes, do segundo trimestre de 2025, essa cifra é de aproximadamente R$ 1,8 bilhão.

Em uma linha semelhante, o Bradesco BBI também observou que a iniciativa endereça as preocupações sobre as questões de alavancagem da operação e permite que a JHSF opere com uma estrutura de capital mais dinâmica e eficiente.

Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 10 para o papel, o banco destaca ainda que esse passo deve ampliar a transparência em torno do valor intrínseco e do potencial de criação de valor da JHSF, ao separar melhor os ativos de renda recorrente dos projetos de desenvolvimento.

Matéria atualizada às 18h49 com o fechamento das ações no pregão desta quarta-feira