O governo da Arábia Saudita está prestes a levantar mais de US$ 11,2 bilhões com o follow on da petroleira estatal Aramco, com planos de utilizar os recursos para financiar o plano de diversificação da economia para além do petróleo.

Na sexta-feira, 7 de junho, a companhia anunciou que venderá mais de 1,5 bilhão de novas ações por 27,25 rials sauditas (US$ 7,27) a unidade, segundo sites de notícias internacionais. A operação deve ocorrer no domingo, 9 de junho, na abertura do mercado saudita, a Tadāwul.

O valor ficou próximo da parte baixa da faixa de preços anunciada anteriormente, de 26,70 a 29 rials sauditas, e representou um desconto de 4% em relação ao preço que os papéis fecharam na quinta-feira, 6 de junho, na Bolsa do país, e ficou 6% abaixo do nível apurado na semana passada, quando a oferta foi anunciada.

As ações da Aramco acumulam uma queda de 16,3% no ano, levando o valor de mercado a totalizar 6,8 trilhões de rials sauditas (US$ 1,8 trilhão), o que a torna a petroleira mais valiosa do mundo.

O montante vendido é apenas uma fração do capital social da Aramco – representou cerca de 0,64% do total. A família real da Arábia Saudita detém 82% da companhia. Outros 16% estão nas mãos do Public Investment Fund (PIF), o fundo soberano do país, que possui cerca de US$ 925 bilhões em ativos sob gestão. O restante está pulverizado entre diversos investidores.

A operação é o mais follow on registrado no mundo neste ano, superando os US$ 3,7 bilhões levantados pela Kenvue, antiga unidade de produtos pessoais da Johnson & Johnson, ocorrido no começo do ano.

Os recursos levantados no follow on proverão alívio às contas da Arábia Saudita, que está tocando grandes projetos de infraestrutura, como parte do programa de diversificação econômica conhecido como Vision 2030, encampado pelo príncipe herdeiro Mohammad Bin Salman.

Alguns dos projetos apresentam custos bem elevados, como é o caso do projeto da cidade futurista Neom. Em andamento desde 2021, o projeto tem como princípio reimaginar a vida urbana, com redução do uso de carros e uso total de energia renovável, com orçamento estimado de US$ 500 bilhões, segundo a CNBC.

O follow on da Aramco foi coordenado por M.Klein & Company, Moelis, Citi, Goldman Sachs, HSBC, J.P. Morgan Chase, Merrill Lynch, Morgan Stanley e Saudi National Bank.