Em meio à disputa pelo coração (e bolsos) dos investidores pessoa física, o BTG Pactual fechou recentemente duas aquisições importantes. Em outubro, o banco anunciou a compra da Órama Investimentos e, em agosto, da Magnetis.

Com estes dois ativos, o banco fortaleceu sua plataforma digital de investimentos, para competir com a XP, em um momento em que a perspectiva de queda de juros pode voltar a atrair as pessoas físicas para a bolsa. Ainda assim, o BTG não desliga seu radar, de olho em novas oportunidades para seguir ganhando escala no varejo.

“Continuamos olhando o mercado e estamos sempre discutindo novas possibilidades [de aquisições]”, disse o Renato Cohn, CFO e diretor de relações com investidores do BTG Pactual, nesta quarta-feira, 8 de novembro, em entrevista coletiva.

Segundo ele, o banco está de olho em ativos com duas características. A primeira é a possibilidade de aumentar a capacidade de distribuição e ampliar a base de investidores, ponto determinante para o fechamento da compra da Órama por R$ 500 milhões.

A chegada da plataforma adicionou aproximadamente R$ 18 bilhões em ativos sob custódia, 360 mil clientes e cerca de 300 assessores de investimentos ao BTG Pactual.

A segunda característica que o banco busca em ativos, segundo Cohn, é agregar produtos e serviços que o banco não tem e que entende que vão melhorar a experiência do consumidor.

No caso da Magnetis, a chegada da gestora agregou soluções de tecnologia e sistemas que permitem montar e gerir, de forma automatizada, carteiras de investimento em linha com os perfis e objetivos de cada cliente.

Apesar do apetite para novas aquisições, o BTG Pactual vê bastante oportunidade de expansão orgânica, diante de um cenário menos conturbado. Cohn destacou que mesmo quando os mercados estavam turbulentos, o banco seguiu crescendo no varejo.

“A gente vem entregando crescimento consistente na plataforma digital, como se vê pela consistência do avanço do net new money [captação líquida]”, afirmou o CFO. “A maior parte do crescimento dos últimos 18 meses veio de forma orgânica.”

No terceiro trimestre, o BTG Pactual atraiu R$ 59 bilhões, um pouco abaixo dos R$ 61 bilhões registrados no segundo trimestre.

A área de wealth management e consumer banking, em que fica a frente de varejo, registrou um crescimento de 5,7% dos ativos sob gestão em relação ao segundo trimestre, que alcançaram R$ 665,8 bilhões. O net new money alcançou R$ 31,3 bilhões no trimestre, com uma maior contribuição das iniciativas no varejo de alta renda.

O BTG Pactual fechou o terceiro trimestre com um lucro líquido ajustado de R$ 2,7 bilhões, um aumento de 19% na comparação com o mesmo período de 2022. A receita total avançou 19%, para R$ 5,6 bilhões. Ambas são recordes.

O retorno sobre o patrimônio anualizado passou dos 22% vistos no terceiro trimestre de 2022 para 23,2% no período encerrado no final de setembro deste ano.

As units do BTG Pactual fecharam o dia com alta de 2,22%, a R$ 33,58. Em 2023, elas acumulam alta de 40,2%, levando o valor de mercado do banco a R$ 156,4 bilhões.