Como parte da estratégia de expansão de suas plataformas digitais, o BTG Pactual anunciou na segunda-feira, 2 de outubro, a aquisição da Órama Investimentos. O valor total da transação foi fixado em R$ 500 milhões, sujeito a determinados ajustes.
No fato relevante comunicando a transação, o banco informa que ela contempla todas as atividades da Órama DTVM, com exceção do negócio de gestão de fundos.
Entre os principais acionistas da companhia, que estão vendendo suas participações nesta operação, estão a Rede D’Or, que incorporou os 25% adquiridos pela SulAmérica em 2019, e a Globo Ventures, que havia comprado 25% em 2017.
Com a operação, o BTG Pactual fortalece sua plataforma de investimento para pessoas físicas, com aumento da base de clientes e avanço na oferta de produtos e serviços. A Órama possui R$ 18 bilhões em ativos sob custódia.
“Estamos muito animados com a aquisição, que vai possibilitar aos clientes Órama acesso a plataforma completa do BTG, como banking, PIX, cartão de crédito, conta de investimentos offshore com banking e cartão de débito nos Estados Unidos”, diz, em nota, Marcelo Flora, sócio responsável pelas plataformas digitais do BTG Pactual.
A aquisição representa mais um passo na disputa pelos corações (e bolsos) dos investidores pessoa física travado entre BTG Pactual e XP nos últimos anos. As duas casas disputaram intensamente escritórios de assessoria de investimentos, numa guerra que custou algumas centenas de milhões de reais para os dois lados.
O BTG Pactual fez investimentos pesados nos últimos anos em corretoras. Em fevereiro de 2022, ele adquiriu a corretora Elite Investimentos, por um valor não revelado, e em 2020 incorporou a Necton Corretora, por R$ 350 milhões.
Além dos assessores de investimentos, as partes também batalharam no lado das criptomoedas, lançando no mesmo dia as respectivas plataformas de criptoativos.
A Órama foi fundada por Selmo Nissenbaum, Guilherme Horn, Roberto Rocha e Habib Nascif, sendo lançada ao mercado em 2011 como a primeira plataforma do Brasil dedicada exclusivamente à distribuição de fundos de investimentos.
Em nota, Nascif diz que, após o acordo, além da gestora, parte dos sócios vai trabalhar na vertical de Investment as a Service (IaaS), que oferece soluções para atender varejistas e demais empresas, de diversos setores, que querem oferecer investimentos aos seus clientes.
Com a saída da Órama, o mercado de investimentos para pessoas físicas passa a ficar concentrado em XP e BTG, mas abre caminho para players como Safra e Genial postularem o título de terceira via do setor, ainda que o apetite dos dois grandes não parece saciado.
A conclusão e fechamento do acordo de compra da Órama DTVM estão sujeitos às aprovações regulatórias necessárias, inclusive do Banco Central.