Em mais um movimento do mercado de comunicação corporativa, o Grupo CDI está adquirindo uma participação minoritária na OutField Agency, braço de relações públicas voltada para o setor de esporte e entretenimento da OutField. A transação, que não teve seu valor revelado, será feita com pagamento em dinheiro.
“Havia uma oportunidade grande de nos tornarmos cada vez mais uma agência full service” diz Pedro Oliveira, cofundador da OutField, ao lado de Lucas de Paula. “O tema esportivo está muito aquecido com as SAFs e os clubes se tornando empresas. Há também oportunidades que vão além do futebol.”
Por trás da transação está o racional de combinar pontos fortes de cada operação. “A gente tem um viés de planejamento estratégico e comunicação”, diz Oliveira. “A entrada da CDI complementa a esteira de produtos porque eles têm todo o resto dentro de casa.”
As conversas para que o negócio de comunicação saísse do papel começaram em novembro do ano passado, mas os contratos só foram assinados em julho. “Ou você investe, ou morre”, diz Antonio Salvador Silva, presidente do Grupo CDI. “Para não morrer, é preciso olhar oportunidades de mercado com uma visão de grupo.”
A OutField Agency foi criada pela OutField para atuar com a comunicação corporativa tanto para clubes como para organizações esportivas. Na carteira de clientes estão nomes como Red Bull Bragantino, Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Rede Tênis Brasil, Unlimited Sports, entre outros.
Ainda que diversifique seu trabalho para mais esportes, o futebol demanda a maior parte das atenções na OutField. Em maio, a holding anunciou a criação de dois fundos de investimento para financiar clubes de futebol junto às gestoras Galapagos Capital e Vectis. O plano é levantar R$ 250 milhões nos veículos, um de ativos estressados e outro para antecipação de recebíveis.
Além disso, a OutField conta também com investimentos em venture capital através de dois fundos. O primeiro levantou R$ 6 milhões e investiu em 5 startups. Entre elas, RadarFit, que tem um aplicativo voltado para o segmento fitness, e a Semexe, especializada na venda de bicicleta.
O segundo fundo, ainda em fase de captação, pretende levantar até R$ 70 milhões para investir em 12 startups. A primeira empresa a receber os recursos desse veículo foi a Religion of Sports, produtora de Tom Brady, ex-jogador de futebol americano e um dos maiores atletas de todos os tempos deste esporte.
Esse é o segundo movimento de M&A do Grupo CDI, que estima um crescimento de 15% em seu faturamento em 2023 - no ano passado, a receita foi de R$ 57 milhões.
Em fevereiro deste ano, a holding, que engloba uma agência de comunicação homônima, a empresa de marketing Sallero e a produtora Manacá Filmes, se fundiu com a NR7, agência criada por Nelson Rodrigues e que atendia 169 clientes na época.
A CDI não é a única companhia do setor se movimentando em relação a M&As. No ano passado, a FSB anunciou a incorporação da agência de marketing de performance JotaCom à sua holding. O negócio aconteceu pouco mais de um ano após o grupo ter comprado a agência Giusti Comunicação, em julho de 2021.
No ano passado, a Hill+Knowlton, do grupo britânico WPP, comprou a Jeffrey Group. Nessa movimentação, agência brasileira Ideal, que fazia parte do grupo, se transformou em uma marca global de relações públicas com operações no México, EUA e Europa.
Em um movimento mais recente, a Nexcom, grupo que comanda as agências Fato Relevante e PUB e faturou R$ 36 milhões no ano passado, anunciou a aquisição da empresa de inteligência de dados Charisma BI. O negócio envolveu troca de ações e pagamento em dinheiro.