Como parte de sua estratégia de investir e comandar negócios de empresas de tecnologia que atuam principalmente no mercado financeiro, a Vectis Partners está trazendo uma nova sócia para a sua operação. Trata-se de Ilana Bobrow, economista com passagens por Credit Suisse, Goldman Sachs e XP.

Formada em Harvard, a executiva vai ajudar a companhia na busca por novos investimentos, além de ter a missão de fundar ou comandar alguma empresa que faz ou fará parte do grupo fundado em 2017 por veteranos do mercado financeiro, como Alexandre Aoude, Paulo Lemann e Patrick O'Grady.

O nome não foi escolhido por acaso. Além da experiência em diferentes bancos e casas de investimentos, a executiva já havia trabalhado com O’Grady. Primeiro, na XP, entre 2012 e 2015. Depois, foi uma das sócias da Vitreo, gestora que teve O’Grady como CEO até ser vendida para o BTG Pactual.

Para entender melhor o papel da nova sócia, é preciso ter um panorama da operação da Vectis. A companhia atua de duas frentes. Na primeira, chamada de Vectis Participações, realiza investimentos em diferentes empresas. Nesse espaço, uma das apostas é a Avenue, que recentemente teve 35% de sua participação comprada pelo Itaú Unibanco.

A gestora também investiu na Neoway, empresa de análise de dados que foi vendida no ano passado para a B3, por R$ 1,8 bilhão. A carteira atual conta com a AAWZ, que presta serviços de consultoria, gestão e tecnologia para escritórios de assessorias de investimentos, e a Fiduc, plataforma online que atua na distribuição de fundos de fundos via planejadores financeiros

Na outra frente do negócio, a companhia monta empresas que os próprios sócios comandam. Entre elas está a Vectis Gestão, que administra fundos de investimento que somam R$ 1,8 bilhão em ativos. Outra iniciativa que fazia parte deste leque era Vitreo.

“Cada um dos sócios consegue comandar apenas uma empresa. Para ser capaz de fazer mais negócios, precisávamos de mais sócios”, afirma O’Grady, ao NeoFeed. É nessa segunda ponta que a chegada de uma nova sócia deve causar maior impacto.

“No momento certo, eu vou tocar um negócio no nome da Vectis”, diz Ilana. “Estou fazendo esforço para abrir portas e ingressando em diferentes negócios.” Um desses negócios é a Vtech, fintech que está sendo criada dentro da Vectis para atuar como uma nova plataforma de investimentos.

No momento, Ilana busca por parceiros comerciais que possam auxiliar no crescimento para a Vtech. “O momento é muito favorável, porque há uma luta maior por caixa e muitos talentos no mercado”, afirma. “Estamos levantando possíveis parceiros. Ainda está na fase de conversa, mas esperamos colocar algo para rodar neste semestre.”

Ela conta que os parceiros em questão são nomes fortes do mercado financeiro, com marcas que já conquistaram a confiança de clientes. “Queremos estar próximos desses aquários e ainda há bastante espaço para que novos players coloquem o cliente no centro dos investimentos”, observa.

Já em seu braço de investimentos, os planos da Vectis incluem mapear o mercado atrás de novos investimentos que podem ser feitos através da Vectis Participações. Até o fim do ano, a projeção é fechar um ou dois aportes.

“O ambiente atual traz muita oportunidade. Os recursos estão mais escassos e os desinvestimentos que fizemos no ano passado nos colocam numa posição competitiva interessante”, afirma O’Grady.