Em relatório publicado no último dia 18 de janeiro, o Bank of America (BofA) ressaltou que a Netflix “venceu a guerra” na arena do streaming de vídeo. Cinco dias depois, a companhia americana trouxe novos argumentos para reforçar que a tese do banco sobre o desfecho dessa trama.
Na noite da terça-feira, 23 de janeiro, ao anunciar seu balanço referente ao quarto trimestre de 2023, a empresa divulgou que adicionou 13,1 milhões de assinantes à sua base entre outubro e dezembro, contra 7,7 milhões em igual período, um ano antes.
Com isso, a Netflix superou sua própria projeção, de 8,7 milhões de assinantes, e também as estimativas de Wall Street, que apontavam para um volume entre 8 milhões e 9 milhões. De quebra, a companhia registrou sua melhor marca histórica no indicador e chegou a um total de 260,8 milhões de usuários.
Na manhã de quarta-feira, 24 de janeiro, na sequência da divulgação do resultado, as ações da companhia, avaliada em US$ 215,4 bilhões, estavam sendo negociadas com alta de mais de 10% no pré-market da Nasdaq.
Outros indicadores superaram as projeções de analistas e ajudaram a impulsionar os papéis da companhia na bolsa americana. Entre eles, a receita de US$ 8,83 bilhões, o que representou um salto de 12% sobre o quarto trimestre de 2022 e veio acima da estimativa de US$ 8,72 bilhões do mercado.
O lucro líquido, por sua vez, foi de US$ 937,8 milhões, contra os US$ 55,3 milhões reportados doze meses antes. Enquanto o lucro por ação evoluiu, na mesma base de comparação, de US$ 0,12 para US$ 2,11.
O pacote de “boas notícias” incluiu ainda um aumento no guidance da margem operacional para o ano de 2024. Da faixa anterior de 22% a 23%, a Netflix projeta agora um índice de 24% no período. Além de um lucro por ação de US$ 4,49 nesse primeiro trimestre, ante a estimativa de US$ 4,10 de analistas.
“Entramos em 2024 com um bom impulso”, ressaltou a empresa, em carta enviada ontem aos acionistas. “Se pudermos seguir melhorando a Netflix mais rápido que a concorrência, teremos um negócio cada vez mais valioso – para consumidores, criadores e acionistas.”
Todos esses números chamam ainda mais atenção à medida que a Netflix vem lidando, nos últimos anos, com a entrada de diversos concorrentes em uma categoria que a companhia desbravou. Entre eles, Disney, Prime Video, Apple e HBO.
Ao mesmo tempo, a empresa vem reforçando sua busca por rentabilidade por meio de medidas como a inclusão de publicidade no serviço e o aumento dos valores das assinaturas, além de políticas para coibir o compartilhamento de senhas, prática que sempre foi um desafio para a saúde do negócio.
Em paralelo, a Netflix vem investindo em novos formatos de conteúdo, incluindo as transmissões ao vivo. No maior e mais recente passo dessa última estratégia, a empresa anunciou um acordo de US$ 5 bilhões, com a WWE, liga americana de luta livre.
Com prazo de dez anos, a parceria vai envolver, entre outras atrações, a transmissão ao vivo do Monday Night Raw, um dos programas mais antigos e tradicionais da televisão americana.