A TIM e o C6 Bank estão colocando um ponto final na disputa travada pelas duas partes nos últimos quatro anos. A operadora informou na manhã desta terça-feira, 11 de fevereiro, que chegou a um acordo com o banco digital para encerrar os quatro processos arbitrais envolvendo as duas partes.
Em fato relevante, a TIM ressaltou que, ao longo da parceria, obteve o direito a uma participação minoritária no banco. E que, com o acordo anunciado na manhã de hoje, alcançou uma receita bruta total de aproximadamente R$ 280 milhões.
“Além disso, a combinação de serviços financeiros com telefonia móvel produziu efeitos positivos em outras áreas do negócio da TIM, como por exemplo, no aumento da fidelização de clientes, aumento da digitalização na compra de recargas e no pagamento de faturas”, destacou a operadora.
Segundo a TIM, além do fim da parceria, o acordo prevê a transferência da totalidade das ações detidas pela TIM para o C6, bem como todos os bônus de subscrição em circulação, no valor de R$ 520 milhões (pre-tax). Esse processo está sujeito à aprovação da Cayman Islands Monetary Authority (CIMA).
Assim que essa aprovação for obtida, o acordo será concluído e a parceria oficialmente finalizada. A operadora ressaltou ainda que outros detalhes estão protegidos por cláusulas de confidencialidade. E que seguirá construindo seu ecossistema de serviços digitais.
Estabelecida em março 2020, menos de um ano depois de o C6 entrar em operação, a parceria estabelecia que os clientes da TIM que abrissem conta no banco digital tivessem acesso a um bônus em pacote de dados. Em troca, a operadora tinha direito de subscrever ações do C6.
Nos primeiros meses, a parceria rendeu, ao que tudo indica, bons frutos. Segundo números divulgados na época, até o início de 2021, o acordo se traduziu em 3 milhões de clientes da TIM abrindo contas no C6.
Entretanto, a lua de mel entre as duas partes durou pouco. Um ano depois do acordo, as duas empresas entraram em conflito por discordâncias e após notificações e liminares de ambas as partes, a disputa chegou ao âmbito da arbitragem na Câmara de Comércio Brasil-Canadá.
As ações da TIM encerraram o pregão da segunda-feira, 10 de fevereiro, com alta de 1,21%, cotadas a R$ 15,83. Em 2025, os papéis da companhia, avaliada em R$ 38,3 bilhões, acumulam uma valorização de 9,3%.
Balanço
O anúncio foi acompanhado da divulgação do balanço do quarto trimestre e de 2024 da TIM. Entre outubro e dezembro, a operadora apurou um lucro líquido de R$ 1,05 bilhão, alta de 17,1%. Esse foi também o salto observado no consolidado do ano, com um lucro líquido de R$ 3,16 bilhões.
A receita líquida no trimestre cresceu 5,7%, para R$ 6,63 bilhões, e, no ano, 6,6%, para R$ 25,44 bilhões. Já o Ebitda trimestral foi de R$ 3,34 bilhões, alta de 6,2%. Enquanto no consolidado de 2024, o indicador ficou em R$ 12,62 bilhões, um avanço de 8%.
Além desses indicadores, a TIM divulgou um guidance com metas de curto e de médio prazo. Entre outros dados, a empresa projeta um capex nominal entre R$ 4,4 bilhões e R$ 4,6 bilhões em 2025, com um crescimento da receita de serviços de aproximadamente 5% no período.