O Itaú Unibanco encerrou o segundo trimestre de 2025 mantendo o fôlego raro no setor bancário brasileiro. O lucro líquido recorrente somou R$ 11,5 bilhões, um salto de 14,3% na comparação anual, o que levou o retorno sobre o patrimônio (ROE) a 23,3%, o mais alto entre os grandes bancos listados na bolsa de valores.
A carteira de crédito chegou a R$ 1,39 trilhão, crescimento de 7,3% no ano. A inadimplência acima de 90 dias foi de 1,9% — o menor nível em 30 trimestres.
Isso significa que Itaú está emprestando mais e recebendo melhor. A margem financeira líquida com clientes subiu 15,4% na comparação anual, alavancada pelo aumento de volumes e pela reprecificação de passivos.
As receitas de serviços e seguros avançaram 3,1%, impulsionadas por cartões, administração de recursos e um salto de 17,3% no resultado de seguros.
“O resultado veio bem em linha. É um relógio suíço, sem surpresas”, disse ao NeoFeed um gestor que tem o papel da instituição financeira.
O índice de eficiência de 36,9% no Brasil é recorde histórico para um segundo trimestre. Cada real gasto em estrutura está rendendo mais, reflexo direto dos investimentos em tecnologia e automação.
O Itaú superou ou se alinhou às projeções das principais casas de análise. O J.P. Morgan previa lucro de R$ 11,5 bilhões e ROE de 23%, destacando também a sustentação da margem financeira no teto do guidance de 2025.
Já o Goldman Sachs estimava R$ 11,3 bilhões de lucro, com ROE em 22,9%. E a XP antecipava expansão de 11,4% na carteira de crédito – ritmo acima do guidance de 4,5% a 8,5%.
A carteira de crédito bateu R$ 1,389 trilhão, com alta de 7,3% em 12 meses, enquanto a inadimplência acima de 90 dias manteve-se em 1,9%, no menor nível já registrado pelo Itaú em trinta trimestres.
Para o segundo semestre do ano, o banco revisou suas projeções internas. Agora, espera crescimento de 11% a 14% na margem financeira com clientes e uma alíquota efetiva de imposto de renda entre 28,5% e 30,5%.
O guidance de receita do Itaú subiu 2,5%, passando de R$ 39,8 bilhões a R$ 50,4 bilhões para R$ 41,3 bilhões a R$ 51,1 bilhões. A mediana do guidance novo é de R$ 46,1 bilhões e o consenso está em R$ 45,9 bilhões.
“Mas deve ter uma revisão marginal para cima. O direcionamento de receita é muito bom”, diz o gestor.
No ano, a ação ITUB4, a mais negociada do banco na B3, acumula alta de 28,4%. O valor de mercado do Itaú é de R$ 364,2 bilhões.