O empresário Marco Stefanini comanda um grupo colossal com presença em 41 países, 37 mil funcionários e um faturamento de R$ 7 bilhões. É na área de tecnologia que o Grupo Stefanini expandiu suas fronteiras e tem conquistado o mundo. Por isso, quando o CEO e fundador da companhia fala sobre os impactos da inteligência artificial nos negócios e na sociedade, é recomendado prestar atenção.

“Esse é um assunto muito importante. Eu acho que é estratégico, não apenas do ponto de vista econômico, mas também social. É difícil prever o real impacto”, afirma Stefanini em entrevista ao programa É Negócio, uma parceria entre o NeoFeed e a CNN Brasil. “Nos últimos meses, exatamente em novembro de 2022, houve uma explosão. Na verdade, do ponto de vista de velocidade, de assertividade e de inteligência artificial, ali mudou o patamar.”

Indagado se a inteligência artificial pode sair do controle, Stefanini é enfático. “Tenho preocupação. Como tudo na vida, você tem oportunidades e ameaças. Claramente, a inteligência artificial tem ameaças sim. São bem concretas de fake news, por exemplo, de você propagar numa velocidade enorme. É bastante preocupante, né? Como é que você vai fazer o uso dessa inteligência?”, questiona.

Ele ressalta a necessidade de um debate sobre o tema. E que não seja ideológico. “É um debate racional no qual você estabelece limites e tipos para usar a inteligência artificial como um acelerador de qualidade de vida. Então eu entendo que a gente tem que trabalhar nas duas frentes."

Sobre os impactos da IA no mercado de trabalho, Stefanini tem duas visões. O copo meio cheio é a aceleração da produtividade. “Nenhuma pessoa administrativa financeira trabalha sem uma planilha, concorda?”, questiona e, em seguida, complementa. “Em um ano, nenhuma pessoa vai poder trabalhar sem usar a inteligência artificial para acelerar o seu processo.”

Há, entretanto, o copo meio vazio. As empresas precisarão de menos pessoas para determinados trabalhos. Não apenas em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Todos serão afetados, até os países desenvolvidos. “Então aí entra um tema muito importante, que é a famosa educação. Para mim, educação é a base de tudo, é a base de democracia, igualdade social, desenvolvimento econômico. E agora, com Inteligência Artificial, ele (o tema) dá um tom ainda mais dramático.”

Na entrevista, que pode ser acompanhada no link abaixo, Stefanini ainda fala sobre as operações do grupo; investimentos de R$ 1 bilhão em aquisições, principalmente no exterior; como está fortalecendo a operação internacional; e o antigo plano de abrir capital.