O Fleury está de volta aos M&As. Em sua primeira aquisição desde o closing do negócio com o Hermes Pardini, um negócio que custou R$ 2,5 bilhões, a empresa de medicina diagnóstica está adquirindo o Grupo São Lucas, baseado em Itajaí (SC). Com a transação, o Fleury entra em Santa Catarina através de unidades de atendimento (B2C).

A receita bruta do Grupo São Lucas, nos últimos 12 meses encerrados em 30 de setembro de 2023, atingiu R$ 47 milhões. O enterprise value (EV) que o Fleury atribuiu à empresa foi de R$ 69,8 milhões. Com isso, o múltiplo implícito para a transação é de 5,4 vezes EV/EBITDA nos últimos 12 meses.

“Esse é um estado e uma região muito promissora. E o Grupo São Lucas é um ativo bem posicionado”, disse Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury, ao NeoFeed. “Cerca de 32% da receita vêm de exames particulares.”

O Grupo São Lucas tem mais de 60 anos e atua em análises clínicas e exames de imagem por meio de cinco clínicas localizadas em Itajaí e Balneário Camboriú. O plano do Fleury é manter a marca São Lucas.

O Fleury atuava em Santa Catarina como responsável técnico de análises clínicas em um hospital em Joinville. E, após a combinação de negócios com o Hermes Pardini, em 2023, passou a administrar também um Núcleo Técnico Operacional em Itajaí, dedicado ao mercado B2B. “Esse é outro motivo que nos fez olhar para esse ativo, pois há sinergias com a operação B2B”, afirmou Tsutsui.

Desde que Jeane Tsutsui assumiu o Fleury, em abril de 2021, a rede de medicina diagnóstica realizou dez M&As que movimentaram mais de R$ 3,5 bilhões. O maior deles foi o do Hermes Pardini, anunciado em julho de 2022, mas concluído em abril de 2023.

Sob o comando de Tsutsui, o Fleury criou outras avenidas de crescimento, entrando nas áreas de oftalmologia, ortopedia, saúde da mulher e infusão de medicamentos. A medicina diagnóstica, no entanto, segue como principal fonte de receita da companhia.

Tsutsui diz que desde a compra do Hermes Pardini, o foco foi se concentrar no fechamento da operação e na captura de sinergias – são previstas sinergias entre R$ 200 milhões e R$ 220 milhões em até três anos.

Mas que, neste tempo, o Fleury sempre se manteve atento a oportunidades de M&As. Na visão de Tsutsui, o problema é que as condições não estavam atrativas. “O custo do capital estava muito alto e precisamos pagar um valor adequado”, afirma a CEO do Grupo Fleury.

O Fleury está avaliada em R$ 7,7 bilhões. Neste ano, suas ações caem 21,51% na B3. Em 12 meses, no entanto, os papéis valorizam-se 2,86%. A sua alavancagem está em 1,2 vez o Ebitda.