De olho em acelerar a expansão internacional de seu negócio, a rede de lojas de açaí Oakberry está recheando o seu caixa. A companhia está levantando R$ 325 milhões em rodada feita junto a fundos geridos pelo BTG Pactual.

A operação, divulgada nesta sexta-feira, 22 de dezembro, envolve capital primário e secundário com a venda de parte das ações do Fundo de Investimento em Participações (FIP) do grupo SMZTO, comandado por José Carlos Semenzato, e da Kilima, que foi captado em 2021 junto a clientes da Monte Bravo.

O dinheiro levantado nesta rodada será utilizado para ampliar o número de lojas, que hoje concentra 700 unidades espalhadas em 45 países. “Parte da estratégia de crescimento foi sair de três ou quatro países para mais de 40 mercados”, diz Georgios Frangulis, CEO da Oakberry, em entrevista ao NeoFeed.

Até o fim de 2024, a companhia espera abrir a sua milésima loja e projeta 1,6 mil unidades em operação ao longo dos próximos três anos. Para expandir o negócio, a companhia quer triplicar o número de lojas na Europa e nos Estados Unidos, mercados que concentram 100 e 35 unidades respectivamente.

A Oakberry também está de olho no continente asiático. “É um mercado extremamente capaz de entregar um crescimento importante para a empresa”, afirma Frangulis. A companhia já opera em países como Indonésia e Tailândia, mas agora a intenção é explorar Japão, Coreia do Sul e China. “Vai ser a próxima onda.”

A ambição internacional da Oakberry se explica nos resultados da empresa. “Hoje 70% da receita já vem do exterior”, diz Frangulis. Em números absolutos, isso significa que uma fatia de R$ 420 milhões do faturamento de R$ 600 milhões previsto pela companhia em 2023 é gerada fora do Brasil. Para o ano que vem a meta é R$ 1 bilhão.

Por trás deste plano está uma estratégia de abertura, investimento conjunto e recompra de lojas próprias. Atualmente apenas 50 unidades pertencem à Oakberry e o restante dos estabelecimentos está no controle de franqueados.

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Gustavo Janer, Renato Haidar e Georgios Frangulis, sócios da Oakberry

Para dar suporte a esse crescimento serão destinados entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões para alavancar a produção na fábrica em Santa Isabel, na região metropolitana de Belém. “Quando compramos a fábrica estabelecemos que iríamos fazer investimentos de maneira modular para atender a demanda”, diz Frangulis.

A fábrica foi adquirida no começo do ano passado e demandou um investimento de R$ 50 milhões da companhia. A unidade é capaz de produzir entre 800 e 1 mil toneladas de açaí por mês. Com a nova injeção de capital, a expectativa é aumentar a produção mensal para 1,8 mil tonelada.

Em outras frentes, Frangulis diz que as vendas para supermercados estão indo de "vento em popa”, mas ainda representam uma parte irrisória do negócio. No longo prazo, mas sem estipular uma data, o executivo enxerga que a receita desta frente poderá ser tão relevante quanto a obtida com as vendas nos quiosques.

Essa foi a terceira captação da Oakberry em três anos. Em 2021, o NeoFeed publicou que a companhia buscava cerca de R$ 100 milhões junto a investidores privados. Em outubro do ano passado, a rede de lojas de açaí captou R$ 50 milhões, em um CRA ancorado pela JGP.