A companhia aérea Gol anunciou, na manhã desta sexta-feira, 16 de maio, que conseguiu obter financiamento de US$ 1,9 bilhão, junto a credores e investidores da empresa, para sair do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, que teve início em janeiro de 2024.
A expectativa da companhia é de deixar o Chapter 11 em junho deste ano. A homologação do plano ainda depende de aprovação do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York.
Em fato relevante, a empresa diz que os recursos serão destinados para quitação do financiamento na modalidade debtor-in-possession financing. “O financiamento também reforçará a posição de liquidez da companhia após sua saída dos processos do Chapter 11, proporcionando capital de giro e outros recursos de apoio às operações comerciais futuras”, informa, no texto, a Gol.
No documento, a companhia aérea ainda diz que a volume de recursos levantados é superior ao pretendido inicialmente, o que contribuiu para a redução dos juros do financiamento de 14,625% para 14,375%. “Para completar a captação necessária ao financiamento de saída, a Gol precisava obter US$ 495,5 milhões adicionais em compromissos de financiamento. Ao final do processo, foram recebidas ordens no valor de US$ 796,9 milhões”, diz a companhia.
O empréstimo, que terá prazo de cinco anos, virá de várias fontes. O volume mais significativo, no valor de US$ 1,25 bilhão, virá dos investidores-âncora Castlelake e Elliot Investment Management.
A empresa também solicitou ao grupo ad hoc, formado por credores, a redução de US$ 75 milhões, no compromisso de financiamento que já havia sido firmado, no valor de US$ 125 milhões, aumentando o montante disponível a outros investidores para US$ 570,5 milhões.
Outros US$ 30 milhões vêm de novos aportes no âmbito da oferta de subscrição de direitos da companhia, com vencimento em 2026. Ainda segundo a Gol, o processo de captação teve duração de seis meses.
No início de maio, a Gol informou, em fato relevante, projeções futuras, justamente com o objetivo de apoio ao processo de financiamento de saída da recuperação judicial. Pelo documento, a empresa reportou estimativa de receita líquida para 2025 entre R$ 22,7 bilhões e R$ 22,7 bilhões. O Ebitda deverá ficar entre R$ 5,7 bilhões e R$ 5,9 bilhões.
No primeiro trimestre de 2025, a companhia registrou receita líquida de R$ 5,6 bilhões, alta de 19,4% sobre o mesmo período de 2024 (R$ 4,7 bilhões). O Ebitda, de R$ 1,5 bilhão, foi 17,4% superior ao apurado nos primeiros três meses de 2024. Por outro lado, os custos operacionais tiveram aumento de 24,9%, com volume de R$ 4,7 bilhões. O lucro líquido teve queda de 63,7%, com R$ 1,37 bilhão no período.
No acumulado de 2025, as ações da Gol na B3 registram queda de 27,7%. Os papeis abriram o pregão desta sexta-feira, 16 de maio, em alta de 4,21% às 10h30. A companhia está avaliada em R$ 416,2 milhões.
A Gol é controlada pela holding Abra (que também administra a Avianca), que negocia uma fusão da companhia com a concorrente Azul. Procurada pelo NeoFeed para comentar sobre a conclusão do processo de financiamento, a Gol não se pronunciou.