O Softbank conseguiu quebrar a sequência de resultados trimestrais ruins e reportou números positivos no período entre outubro e dezembro do ano passado. O grupo comandado por Masayoshi Son não registrava um trimestre com lucro desde meados de 2022.

Na divulgação de resultados apresentada na quinta-feira, 8 de fevereiro, o Softbank reportou lucro líquido de US$ 6,4 bilhões em seu terceiro trimestre fiscal. No mesmo período do ano passado, o grupo havia registrado prejuízo de US$ 5,2 bilhões (os valores foram convertidos de iene para dólar).

O resultado ficou bem acima das previsões de analistas do mercado financeiro, que estimavam ganhos entre US$ 1,3 bilhão e US$ 2,5 bilhões. Os números animaram os investidores. Na bolsa de valores de Tóquio, as ações do Softbank fecharam em alta de 11%. O grupo está avaliado em US$ 79,3 bilhões.

Mas nem tudo é motivo para comemoração. A performance dos Vision Funds continuam sendo motivo de preocupação. A perda acumulada com os investimentos está próxima de US$ 20 bilhões. Mas, para Yoshimitsu Goto, CFO do Softbank, a empresa está próxima de “colocar a cabeça para fora da água”.

O otimismo se dá com os resultados obtidos pela Arm, empresa que o Softbank detém 90% das ações. A receita da companhia subiu 14% no trimestre motivada pelos investimentos em inteligência artificial. As ações da fabricante de chips semicondutores dispararam nesta quinta-feira, com alta próxima de 50%.

Os resultados aumentam a expectativa para que o Softbank mire seus próximos investimentos em empresas voltadas para inteligência artificial. Segundo o Financial Times, existe a possibilidade de que o grupo japonês invistir na OpenAI, a dona do ChatGPT.

Segundo Goto, o Softbank realizou uma mudança “dramática” ao deixar de focar suas atenções no Alibaba para ser uma investidora focada em inteligência artificial, na qual a Arm representa 32% dos ativos. O problema é que os investimentos nos Vision Funds representam outros 38% da carteira.

Ao registrar resultados positivos, o Softbank consegue desviar o foco de escolhas ruins que fez no passado. Uma, em especial, causou problemas para o grupo durante o trimestre encerrado em dezembro.

Em novembro, a WeWork entrou com um pedido de recuperação judicial após informar ao mercado que tinha dívidas de US$ 19 bilhões. Investida pelo Softbank, a companhia que operava uma rede de escritórios compartilhados já perdeu mais de 99% de seu valor de mercado.

Com o pedido no Chapter 11 da Justiça dos Estados Unidos, o Softbank transferiu mais de US$ 1,5 bilhão para os credores da WeWork. A transação estava prevista em uma carta de crédito que foi assinada pelo Softbank. Ao todo, considerando esse gasto adicional, o grupo japonês já investiu mais de US$ 16 bilhões na operação.