Passados quase dois anos e meio desde que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, por meio do Capítulo 11 da Lei de Falências americana, o Grupo Latam concluiu o processo de reorganização nesta quinta-feira, dia 3 de novembro.
Com o fim do processo, a maior companhia aérea da América Latina, com valor de mercado na casa dos US$ 4 bilhões, estabeleceu como prioridade a retomada integral de sua capacidade global, algo que deve ocorrer em meados de 2023.
“Esperamos recuperar mais de 85% da capacidade global até o fim do ano, em relação ao que tínhamos em 2019”, disse Roberto Alvo, CEO do grupo, em entrevista coletiva. “Já recuperamos perto de 100% do mercado no Brasil, em torno de 80% no Chile e 70% no mercado internacional, este último por conta de algumas restrições para voos.”
A malha aérea atual da Latam inclui 144 destinos em 22 países. No Brasil, a empresa adicionou dez novos destinos entre 2021 e 2022 e planeja operar 36 novas rotas até 2023.
Para alcançar os objetivos operacionais, Alvo informou que a Latam firmou acordos com a Airbus para adquirir até 2029 um total de 87 aeronaves da família A320neo. “Teremos uma frota que acreditamos ser necessária para crescer e também para modernizar, substituindo aeronaves antigas”, disse.
Na parte de transporte de carga, a Latam também está em meio a um plano de expansão, que envolve aumentar a frota de 11 aeronaves Boeing 767-300F, registrada em 2019, para um total de 20 dessas aeronaves até 2024.
A empresa também firmou uma joint venture com a Delta para que os passageiros acessem mais de 300 destinos entre Estados Unidos e Canadá e a América do Sul. Sobre a parceria, Alvo informou que detalhes serão compartilhados em breve.
O CEO da Latam também comentou os avanços obtidos com a recuperação judicial. Segundo ele, a companhia que sai deste processo conta com US$ 2,2 bilhões de liquidez e uma dívida US$ 3,6 bilhões menor – a redução foi da ordem de 35% em relação ao montante que o grupo tinha. Na ocasião, seu endividamento estava na casa dos US$ 18 bilhões.
“O grupo ficou mais eficiente, reduzindo custos em mais de US$ 1 bilhão. Ficamos também mais resilientes”, disse.
A Latam entrou com pedido para ingressar no Capítulo 11 em maio de 2020, por conta dos efeitos da pandemia de Covid-19 no setor aéreo.