A Log Commercial Properties, empresa de galpões logísticos controlada pela família Menin, planeja construir 500 mil metros quadrados (m²) de área bruta locável (ABL) em 2024, um recorde na história da companhia.

Para isso, os investimentos previstos são de até R$ 900 milhões, que serão financiados pela reciclagem de ativos, uma estratégia que a companhia usa para manter o crescimento e evitar se endividar.

“Esses novos galpões vão ser construídos no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste”, diz Sergio Fischer, CEO da Log, ao NeoFeed. “Vamos estar presentes em diversas praças.”

No primeiro trimestre deste ano, a Log construiu 57 mil m² quadrados de ABL. O tíquete médio desses ativos alcançou R$ 23,63 por m² de ABL e foram entregues 100% pré-locados. “No segundo trimestre vai ser mais do que o dobro disso”, afirma Fischer.

Ao mesmo tempo, a estratégia da Log é seguir ativa na reciclagem de ativos, que acumulou mais de R$ 1,7 bilhão em vendas nos últimos 12 meses, uma forma de manter o seu endividamento, na casa dos R$ 740 milhões, estável. Hoje, isso representa 2,6 vezes o Ebitda.

Em abril deste ano, a Log concluiu as vendas de dois galpões logísticos em Betim e Salvador, que juntos possuem 138 mil m² de ABL. O valor da transação foi de R$ 509,7 milhões, o que representa 56% dos investimentos que a Log planeja ao longo de 2024. O comprador foi um fundo imobiliário do BTG Pactual, o BTLC11.

A estratégia de reciclagem de ativos também ajuda a financiar os novos galpões. De acordo com Fisher, para cada 1 m² de ABL vendido, a Log constrói 1,5 m² de ABL.

O CEO da Log vê o cenário aquecido para mais vendas, à medida que as taxas de juros recuarem. “Quando isso acontecer vai vir uma enxurrada de recursos de fundos imobiliários e vai faltar ativos para vender”, afirma Fischer.

Simultaneamente, a demanda por galpões logísticos segue alta. Fischer diz que a Log atua em diversos setores e que nenhum deles representa mais de 20%.

No primeiro trimestre de 2024, o nível de vacância foi de 0,91%, muto abaixo da média do mercado que é de 10%. Com isso, a companhia obteve um lucro líquido de R$ 55,3 milhões, um aumento de 90,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. O Ebitda de R$ 74 milhões cresceu 36,4%.

A companhia também está se preparando para a sua próxima fase. Entre 2025 e 2028, o plano é construir 2 milhões de m² de ABL. O capex anual, nesse período, deve ser da ordem de R$ 900 milhões.

A Log está avaliada em R$ 2,15 bilhões. Em 2024, as ações sobem 1,5%. Em 12 meses, a alta é de mais de 30%.