As emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) cresceram 149,2% no primeiro semestre deste ano, para R$ 31,4 bilhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. Esse cenário em expansão animou a XP a buscar mais recursos para o seu principal fundo imobiliário.

Na sua 10ª emissão, o Maxi Renda comprovou o apetite dos investidores por títulos isentos de imposto de renda, mesmo em um momento de bear market para ativos listados em bolsa de valores. O FII da XP captou R$ 1 bilhão, sendo R$ 800 milhões da oferta inicial mais R$ 200 milhões do lote adicional.

Somadas as duas últimas ofertas, o fundo captou R$ 1,7 bilhão - a nona foi lançada no fim do ano passado. Com isso, o patrimônio líquido do Maxi Renda chegou a R$ 4,3 bilhões, crescimento de cerca de 65% em pouco mais de seis meses.

“O fundo é bem resiliente e vem performando bem nas tempestades de mercado”, diz André Masetti, gestor de fundos estruturados da XP Asset, ao NeoFeed.

Com 73% do portfólio investido em CRIs, a estratégia do Maxi Renda manterá a estratégia. No prospecto, haviam sete dessas operações no pipeline para alocar o caixa da nova captação.

Segundo relatório do primeiro trimestre, são 86 CRIs no portfólio. Desse total, apenas quatro estavam marcados como estressados. A rentabilidade de 65,8% dos CRIs estavam em IPCA+ e 33,9% em CDI. O restante eram títulos pré-fixados e IGP-M.

A segunda maior estratégia do portfólio, com 13%, são outros fundos imobiliários. As duas maiores alocações estão no FII Succespar Varejo e no FII Lago de Pedra.

“Teremos também mais ativos estruturados em SPEs, com colocação de crédito para financiamento residencial no País, além de outros fundos imobiliários para financiar o setor”, afirma Masetti.

O movimento do fundo vai de encontro à mudança na estrutura de financiamento do mercado imobiliário no Brasil, que passa por uma diversificação das fontes de financiamento, tanto de alternativas para incorporadoras como para tomadores de crédito.

“A estrutura de funding do País está mudando, o que abre espaço para operações de mercado”, diz o gestor da XP Asset, que afirma que o capacity do Maxi Renda vai caminhar junto com esse movimento.

Lançado em 2012, o Maxi Renda tem cotas na casa dos R$ 10 e taxa de administração de 0,90% ao ano (sem cobrança de taxa de performance). O dividend yield é de 12,4%, um dos maiores entre os principais FIIs do mercado.

Essas características fazem do Maxi Renda o ativo listado em bolsa com o maior número de cotistas. Eram mais de 1,1 milhão de cotistas antes da divulgação do resultado dos novos entrantes na 10ª emissão (que será publicado nos próximos dias).

Para se ter uma ideia, o MXRF11 representa 40% dos cotistas de todos FIIs listados na B3. E supera as ações mais populares entre os investidores que Banco do Brasil (949,8 mil), Petrobras (816,3 mil) e Itaúsa (810,1 mil).