Dona de marcas como Estácio e Ibmec, a Yduqs é um dos grupos brasileiros de educação que sofreram com os impactos da pandemia. E que, mesmo sob um cenário macroeconômico instável, começa a enxergar alguns caminhos favoráveis para voltar a registrar resultados mais consistentes.
Nesse contexto, levando-se em conta a média entre os desafios e oportunidades, a companhia está pronta para o cenário de recuperação. Essa é a visão do Credit Suisse que “aprova” o posicionamento e as perspectivas da empresa para a retomada do setor.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira, o banco manteve a recomendação de outperform (acima da média do mercado) para o papel. Ao mesmo tempo, os analistas cortaram o preço-alvo de R$ 38 para R$ 22, uma valorização próxima de 40% em relação à cotação da ação na última sexta-feira, 3 de junho.
O banco cita a recuperação do volume de matrículas no setor como um bom sinal do setor. Mas ressalta o risco de alta nos índices de evasão em 2022, com a renda dos estudantes impactada por “pressões macroeconômicas”, além de apontar o avanço lento no tíquete médio, ainda abaixo da inflação.
“A empresa vem apresentando um desempenho consistente, apesar das pressões do setor, e começa a se beneficiar novamente dos ganhos de escala. Vemos a Yduqs como uma boa geradora de caixa, mesmo em um cenário de estresse”, escrevem os analistas Mauricio Cepeda e Pedro Caravina.
A dupla também frisa que a Yduqs passou pela crise da Covid-19 com rentabilidade – com margens Ebitda de 23% e 28%, respectivamente, em 2020 e 2021. Eles também observam que o grupo tem níveis adequados de dívida e capital de giro, o que reflete uma gestão “disciplinada dos negócios”, que será reforçada por sua escala.
Em contrapartida, os dois analistas trazem como pontos de atenção para o ativo fatores como um eventual agravamento da crise da Covid-19; e a intensificação das práticas de desconto, o que traria, por consequência, uma redução ainda maior do tíquete médio.
No primeiro trimestre de 2022, a Yduqs registrou um crescimento de 10,2% em sua receita líquida, para R$ 1,19 bilhão. Comparado ao mesmo período, em 2021, o lucro líquido teve um salto de 75,9%, para R$ 76 milhões.
Entre janeiro e março, o grupo alcançou uma base de 1,27 bilhão de alunos, o que representou um crescimento de 77%. No digital, o avanço foi de 130,4%, para 961,2 mil alunos. Já no presencial, a expansão foi de 2,7%, para 296 mil estudantes.
As ações da Ydus encerraram o pregão desta segunda-feira com queda de 3,31%, cotadas a R$ 15,20. No ano, os papéis acumulam uma desvalorização superior a 26% e a companhia está avaliada em R$ 4,56 bilhões.