Durante a pandemia, com a produção das montadoras impactada pelos lockdowns, a Movida deu a partida em um plano para ampliar e renovar sua frota, em direção a um mix de veículos de maior valor agregado.
Passado o pior da crise da Covid-19, essa estratégia, que envolveu o pagamento de tíquetes mais elevados, trouxe, no entanto, sérios impactos no balanço da operação, que passou a registrar trimestres consecutivos de forte depreciação em seu portfólio.
Agora, porém, o Bank of America entende que a locadora de veículos está engatando um novo percurso. E, na trilha dessa perspectiva, o banco está atualizando a recomendação da empresa, de neutro para compra, além de elevar o preço-alvo da ação, de R$ 13,60 para R$ 21.
“Liderada por uma nova equipe de gestão, vemos a Movida recuperando a rentabilidade”, escrevem os analistas Rogério Araújo e Gabriel Frazão, que fazem referência à nomeação de Gustavo Moscatelli, em março deste ano, para substituir Renato Franklin, que foi para o Grupo Casas Bahia (ex-Via).
Entre outros pontos, a dupla destaca questões como a melhor eficiência da frota, que foi reduzida em 21 mil carros; o menor custo da dívida; e a maior contribuição do negócio de gestão de frotas na receita da companhia.
“A Movida passou a focar na expansão da sua divisão de aluguel de frotas, onde o retorno do capital investido atualmente é maior e a concorrência com a líder Localiza é menos acirrada”, observa outro trecho do relatório.
Ainda nesse contexto, os analistas enxergam um ciclo mais favorável para os negócios de locação do grupo em 2024, depois que a Movida encerrar as vendas dos carros comprados durante o período da Covid-19.
Com isso, o Bank of America também está aumentando a estimativa de lucro líquido da operação no próximo ano, de R$ 235 milhões para R$ 380 milhões, com um preço/lucro de 11,5 vezes, para 2024, e de 7,1 vezes para 2025.
Na contramão dessas atualizações, ao banco americano segue vendo a Localiza com melhores perspectivas no setor, ao ressaltar seu maior poder de fogo para acelerar o crescimento de frota caso a demanda por locação ganhe, de fato, mais velocidade no mercado.
As ações da Movida fecharam o pregão desta segunda-feira com alta de 2,64%, cotadas a R$ 12,42. Em 2023, os papéis registram uma valorização de 62,5%. A empresa está avaliada em R$ 4,4 bilhões.