A Suzano está mudando de comando. Após 11 anos no cargo de CEO, Walter Schalka está deixando a posição, segundo informou a produtora de celulose de eucalipto em fato relevante divulgado nesta quarta-feira, 28 de fevereiro.
Para o seu lugar, a companhia anunciou a escolha de João Alberto Fernandez de Abreu, até então CEO da Rumo. A renúncia dele ao comando da companhia de logística da Cosan será efetiva a partir de 29 de março. Pedro Marcus Lira Palma, atual diretor vice-presidente comercial da Rumo, assume em seu lugar.
O processo de sucessão da Suzano prevê que Schalka permanecerá como CEO até 1º de julho. Depois disso, a expectativa é de que ele assuma um assento no conselho de administração.
Engenheiro de formação, Abreu possui 30 anos de carreira, dos quais 18 anos na Shell, onde ocupou diversas posições no Brasil, Inglaterra e Argentina, sete anos na Raízen como diretor de energia e como vice-presidente do negócio etanol, açúcar e energia. Nos últimos cinco anos, ele atuou como CEO da Rumo.
Sob o mandato de Schalka, a Suzano realizou a fusão com a Fibria, operação anunciada em 2018 e que alçou a companhia ao patamar de uma das maiores produtora de celulose do mundo.
Ele também supervisionou um dos maiores investimentos da companhia, o Projeto Cerrado, foco da companhia desde 2021. Com previsão de início das operações em junho, em Ribas do Rio Pardo (MS), a fábrica resultará na produção de 2,5 milhões de toneladas de celulose ao ano, ampliando a capacidade instalada da Suzano de 10,9 milhões de toneladas para 13,5 milhões de toneladas ao ano. Os investimentos devem totalizar R$ 22,2 bilhões.
Recentemente, Schalka se envolveu em polêmica com o governo federal. Em entrevista ao jornal O Globo, em janeiro deste ano, ele criticou o programa Nova Indústria Brasil, que pretende incentivar a indústria nacional via subsídios e empréstimos com juros reduzidos. Para ele, o programa do governo Lula insiste em soluções que não deram certo no passado.
O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, criticou a fala de Schalka e afirmou que a Suzano se beneficiou de recursos do banco de fomento por décadas.
As ações da Suzano fecharam o pregão de hoje com alta de 0,99%, a R$ 57,38. No ano, os papéis da companhia acumulam alta de 3,14%, levando o valor de mercado a R$ 74 bilhões.