Nos últimos anos, a Viveo esteve em evidência no noticiário por conta do seu apetite por aquisições. Desde que estreou na Bolsa, em agosto de 2021, a fabricante e distribuidora de materiais e medicamentos para hospitais, clínicas e laboratórios, comprou mais de 20 empresas.
Focada agora em integrar todos esses ativos, a Viveo deve começar a ver os efeitos da agenda de M&As em seus resultados. A diversidade de ativos, combinada com o desenvolvimento visto no mercado médicos, fez os analistas do BTG Pactual concluírem que a empresa está no caminho para combinar crescimento com rentabilidade nos próximos anos.
Vendo circunstâncias favoráveis e ações em patamares relativamente baratos, com um P/E ajustado de 9 vezes para 2024, eles decidiram reiterar a recomendação de compra para as ações da Viveo e elevar o preço-alvo dos papéis de R$ 24 para R$ 28,50. O valor indica um potencial de alta de 44,4% em relação aos patamares atuais.
“Com os fundamentos apresentando forte crescimento (mercado em expansão mais a consolidação vista na cadeia da saúde) e a ênfase na integração, a Viveo está posicionada para apresentar crescimento robusto de Ebitda, com uma taxa anual de crescimento composta de cerca de 17% entre 2023 e 2026”, diz trecho do relatório assinado pelos analistas Samuel Alves e Yan Cesquim.
Segundo eles, são boas as chances da Viveo fechar o ano com um Ebitda de R$ 1 bilhão, muita acima dos R$ 690 milhões registrados no ano passado, graças à incorporação do desempenho de todos os ativos adquiridos. A receita deve chegar a R$ 11,3 bilhão em 2023, um aumento de 29,4% em base anual.
Além de elevar os números da Viveo, as aquisições trazem mais qualidade ao balanço da companhia, segundo os analistas do BTG Pactual. “As recentes aquisições ficaram focadas principalmente em segmentos relacionados a serviços, como nutrição parenteral, quimioterapia e outras soluções estéreis, o que deve progressivamente levar a margens consolidadas maiores, dada a melhora no mix de receita”, diz trecho do relatório.
Os primeiros resultados devem começar a ser vistos no balanço do segundo trimestre, previsto para ser divulgado no começo de agosto. Além dos ativos incorporados, a empresa deve se beneficiar dos efeitos positivos do aumento de 5,6% nos preços dos remédios aprovado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) no final de março.
As projeções indicam que a receita líquida deve alcançar R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre, o que representaria um crescimento de 38,7% em relação aos R$ 1,9 bilhão do mesmo período de 2022. O Ebitda ajustado está previsto para crescer 38%, na mesma base de comparação, a R$ 243 milhões. Este montante levaria a margem Ebitda a 9%, alta de 1 ponto percentual ante o primeiro trimestre.
Esse desempenho também deve ajudar a desalavancar financeiramente a companhia. Com a expectativa de uma forte geração de caixa no segundo semestre, os analistas esperam que a relação entre a dívida líquida e o Ebitda caia de 2,7 vezes para 2 vezes ao final de 2023.
Isto se nenhum outro M&A for realizado. “Embora o atual portfólio já ofereça oportunidades de crescimento orgânico substanciais, potenciais novos segmentos também são bem-vindos”, diz trecho do relatório.
Por volta de 12h45, as ações da Viveo subiam 2,11%, a R$ 19,38. No ano, elas acumulam alta de 20,1%, levando o valor de mercado da companhia a R$ 5,4 bilhões.