O mercado de tecnologia, em especial as big techs, cortaram mais de 34 mil empregados ao redor do mundo no início deste ano.

O número faz parte de um levantamento realizado pelo site Layoffs.fyi, que mapeia a movimentação dos trabalhadores de empresas como Microsoft, Snapchat, eBay, PayPal, entre outras. Ao todo, mais de 130 companhias cortaram empregados ao longo de 2024.

Os desligamentos têm relação direta com o atual momento das big techs, que mostram cada vez mais que estão optando por estratégias de corte de custos ao mesmo tempo em que priorizam o investimento em novas tecnologias, tal como inteligência artificial.

Analistas do setor apontam que os cortes devem continuar nos próximos meses.  “O início do ano, quando as empresas estabelecem os seus planos para os próximos 12 meses, é muitas vezes um período de cortes desproporcionais de empregos", disse Daniel Keum, professor na Columbia Business School, ao Financial Times.

Até agora empresas como Amazon, Microsoft, Meta, Alphabet e Spotify estão entre as gigantes que já sinalizaram planos para reduzir seus quadros de funcionários.

No começo de fevereiro Daniel Ek, CEO do Spotify, afirmou que a companhia precisaria priorizar determinadas áreas dentro do negócio e investir em novas tecnologias.

A Meta também anunciou que mais demissões serão feitas neste ano. A companhia vem sendo pressionada por investidores para realocar capital em áreas mais produtivas do negócio – o que afeta diretamente quem trabalha em divisões menos “rentáveis” da companhia.

Em vez de metaverso, uma das principais ambições de Mark Zuckerberg, os acionistas desejam ver investimentos sendo feitos em inteligência artificial generativa.

É algo semelhante ao que está sendo feito na SAP. Em janeiro, a companhia demitiu mais de 8 mil pessoas. A justificativa para os cortes era o aumento de esforços financeiros para inteligência artificial. Mais demissões são previstas para 2024.

No início desta semana, a Snap, dona do Snapchat, anunciou o desligamento de 530 pessoas, o que representa mais de 10% de seu quadro. O anúncio veio após a companhia reportar seus resultados do quarto trimestre e do consolidado do último ano abaixo das expectativas do mercado.

Startups cortam no Brasil

No Brasil, as demissões no Brasil vêm afetando principalmente as startups – a exemplo de como foi no ano passado. Nas últimas semanas, companhias como MadeiraMadeira, Tembici e unico fizeram rodadas de demissão, que afetaram mais de 400 pessoas.

Startup fundada por brasileiros nos Estados Unidos, a Brex, também integra essa lista. No fim de janeiro a companhia fundada por Pedro Franceschi e Henrique Dubugras demitiu 10% de sua equipe. Segundo o The Information, isso corresponde a 282 demissões.