Nos últimos anos, a Positivo fez de tudo para reduzir a dependência dos computadores, um mercado em queda e que caminhava para a estagnação no Brasil e no mundo.
Primeiro entrou na área de smartphones. Depois, começou a produzir equipamentos para a internet das coisas, como lâmpadas inteligentes. A empresa chegou até a ganhar uma concorrência para produzir urnas eletrônicas, entre outras iniciativas.
Agora, depois de toda essa diversificação, o que vem salvando o resultado da positivo é, acredite, o bom e velho computador. Isso mesmo – você não leu errado.
A pandemia fez as vendas de notebooks e até tablets dispararem no primeiro trimestre de 2021. E isso tem se refletido no valor das ações da companhia.
Desde 1º de março deste ano, elas avançam mais de 250%. Hoje, os papéis sobem quase 6%, sendo cotados a R$ 14,57 por volta das 15h30. É o maior patamar desde outubro de 2010, mais de 10 anos. O valor de mercado da Positivo é de R$ 2 bilhões.
“A pandemia fez o computador voltar a ser pessoal. A demanda está muito alta”, disse Hélio Rotenberg, presidente da Positivo, ao NeoFeed.
No primeiro trimestre de 2021, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 56 milhões, alta de 1.175% em comparação ao mesmo período do ano passado. A receita bruta avançou 85%, para R$ 809 milhões.
O que puxou o resultado foram as vendas de notebooks, que cresceram 104,2% para R$ 349 milhões. Até os tablets, uma categoria que caminhava para a extinção, tiveram um desempenho surpreendente e cresceram 1.026,8% - a receita somou R$ 139,3 milhões e superou a de desktops.
Com esse desempenho, as vendas de computadores (notebooks e desktops) e tablets representaram 60% da receita bruta da Positivo.
Em abril deste ano, a Positivo fez acordo com a HP para produzir os computadores Compaq. A empresa já fabrica a marca Vaio, da Vaio Corp., no Brasil, além de equipamentos com a sua marca própria.
Uma fonte que conhece os corredores da Positivo disse que, no ano passado, a empresa sofreu com a falta de componentes, como chipsets e telas. E isso limitou o crescimento da companhia em 2020.
Agora, a Positivo, de acordo com essa fonte, se preparou melhor e conseguiu se abastecer. Com isso, está dando conta das entregas melhor do que outros competidores.
Um exemplo é que o mercado de computadores atingiu a marca de 1,77 milhão de unidades vendidas no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 19,8%, segundo dados da consultoria IDC. Na Positivo, o avanço foi de 69,2%, mais de três vezes o crescimento do mercado.
Além disso, o desabastecimento do mercado elevou o preço dos produtos. “Um notebook início de linha que custava R$ 1.200 hoje sai por volta dos R$ 2 mil”, afirma essa fonte. E a demanda, segundo apurou o NeoFeed, segue em alta em abril e maio.