A NFL, sigla para National Football League em inglês, a liga de futebol americano, está prestes a ter um time com um reforço importante no "banco": uma gestora de private equity, operação que abre as portas para mais investimentos no esporte de maior faturamento dos Estados Unidos.
Segundo apurou a Bloomberg, a gestora Ares Management Corporation está perto de um acordo para comprar uma participação minoritária no Miami Dolphins, avaliando o time da Flórida em US$ 8 bilhões.
A reportagem afirma que a Ares, que conta com US$ 447 bilhões em ativos sob gestão, possui conversas avançadas com o dono do Miami Dolphins, Stephen Ross, para comprar uma participação de 10% na companhia, que detém não apenas o time de futebol americano, mas os direitos de operação do Grande Prêmio de Miami de Fórmula 1 e do torneio de tênis Miami Open, além do estádio Hard Rock Stadium.
Quem também deve virar acionista do Miami Dolphins é o cofundador e presidente do conselho do Alibaba, Joe Tsai. Ele, que também é o dono do time de basquete Brooklyn Nets e possui um patrimônio de cerca de US$ 9,8 bilhões, de acordo com a Forbes, pretende adquirir 3% através de seu family office, o Blue Pool Capital.
Antes deles, o Miami Dolphins negociava com Ken Griffin, fundador e CEO do hedge fund Citadel, mas as conversas não evoluíram, de acordo com a Bloomberg.
O valuation de US$ 8 bilhões, se confirmado, representa uma forte valorização em relação ao US$ 1,1 bilhão em que a franquia foi avaliada em 2008, quando Ross comprou 50% dos Dolphins.
A chegada da Ares no Miami Dolphins foi possível depois que a NFL aprovou, em agosto, a possibilidade de investidores institucionais adquirirem participação nos times. Antes, só era permitido ter acionistas pessoas físicas, ao contrário do que ocorre na NBA, a liga de basquete americana, e no baseball.
As regras preveem que essas firmas não podem ter mais de 10% dos times, são obrigados a ficar no mínimo seis anos e precisam ser pré-aprovados pela liga. Além da Ares, fazem parte dessa primeira lista de aprovados a Sixth Street Partners e a Arctos Partners, além de um consórcio composto por nomes como Dynasty Equity, Blackstone, Carlyle Group e CVC Capital Partners.
O interesse no futebol americano vem do fato de a NFL ser considerada a liga esportiva mais lucrativa dos Estados Unidos. Seus 32 times geraram uma receita total de aproximadamente US$ 20,2 bilhões no ano passado, acima dos US$ 11,3 bilhões pelos times da liga de baseball e dos US$ 10,6 bilhões das equipes da NBA, de acordo com o site de inteligência de mercado Statista.
A liga também vem crescendo no exterior, expandindo a base de fãs para além dos Estados Unidos. Em setembro, a NFL realizou seu primeiro jogo no Brasil, para um público de mais de 47 mil pessoas, na Neo Química Arena, estádio do Corinthians.
Um estudo da Ibope Repucom aponta que quase 41 milhões de brasileiros se declaram fãs do esporte, com a base de fãs no País crescendo 310% desde 2014.