Fundador e CEO da gestora Pershing Square Capital Management, Bill Ackman voltou a criticar os planos do governo americano. Pelo Twitter, o investidor bilionário afirmou que teme que a economia dos Estados Unidos esteja caminhando para “um desastre” ao mesmo tempo que o Fed aumenta as taxas de juros em meio a uma crise bancária.
"Quando combinado com o custo mais alto da dívida e dos depósitos devido ao aumento das taxas, considere qual será o impacto nas taxas de empréstimo e em nossa economia”, escreveu Ackman. “Quanto mais tempo essa crise bancária continuar, maiores serão os danos aos bancos menores e sua capacidade de acesso a capital de baixo custo."
Para Ackman, o problema está na sensação de incerteza que o governo dos Estados Unidos está causando no mercado. Em especial por conta de Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA.
Antes do aumento nas taxas de juros sancionada pelo Federal Reserve na quarta-feira, 22 de março, que elevou a taxa para uma faixa de 4,75% a 5% –, Yellen havia feito comentários sobre a garantia de mais apoio aos bancos regionais.
Mais recentemente, contudo, ela afirmou que não considerou planos para garantir todos os depósitos no país, segundo a CNBC. “Quanto mais tempo durar a incerteza, mais permanente será o dano para os bancos menores e mais difícil será trazer seus clientes de volta”, escreveu Ackman no Twitter.
O colapso do Silicon Valley Bank gerou mais temor em relação a operação de bancos menores. Desde a falência do SVB, mais de US$ 500 bilhões foram transferidos de credores menores para bancos maiores ou fundos de mercado com receio de que os bancos menores também pudessem apresentar problemas financeiros.
“Confiança é algo conquistado ao longo de muitos anos, mas pode ser eliminada em poucos dias. Temo que estejamos caminhando para outro desastre. Esperamos que nossos reguladores façam isso direito", escreveu.
Ackman vem fazendo uma série comentários sobre a economia americana em suas redes e em entrevistas nos últimos meses. Em julho do ano passado, ele afirmou que o Fed pegou leve demais no aumento da taxa de juros (na época, para uma alíquota entre 2,25% e 2,5%. Meses depois, em dezembro, ele disse que a meta irreal do Fed poderia gerar uma "recessão profunda".