Quem é fã de refrigerante tem na ponta da língua a resposta para a pergunta: prefere Coca ou Pepsi? E, assim como acontece com time de futebol, uma vez escolhida a marca de preferência, dificilmente o gosto muda.
Já no mercado financeiro, a preferência aparenta estar mudando de lado. A PepsiCo demonstra que pode tomar o lugar da Coca-Cola-Company como a maior companhia de bebidas dos Estados Unidos em termos de valor de mercado. Pelo menos essa é a expectativa de alguns analistas de Wall Street.
Depois da Cowen e do Goldman Sachs, quem aderiu a essa projeção foi a casa de análises Jefferies, segundo a agência de notícias Bloomberg. Ela iniciou a cobertura da PepsiCo com recomendação de compra, calculando que as ações têm potencial de alta de 20% no próximo ano, para US$ 203.
O preço-alvo pressupõe que a companhia atingirá um valor de mercado de cerca de US$ 279 bilhões no ano que vem, acima dos US$ 277 bilhões que a casa projeta para a Coca-Cola, com preço-alvo de US$ 64 e recomendação em neutro.
Se de fato ocorrer, o call marca uma importante reversão na história da disputa entre as gigantes de refrigerantes. Tirando um dia em 2020, o valor da PepsiCo nunca ofuscou o da Coca-Cola. No pregão de segunda-feira, 13 de novembro, o market cap da Coca somou US$ 246 bilhões, montante US$ 15 bilhões acima do valor da Pepsi.
Para os analistas, o responsável por colocar a PepsiCo na disputa não são suas marcas de refrigerantes, mas as de salgadinhos. Enquanto a Coca-Cola ficou à frente devido à força de sua principal marca de bebidas, a PepsiCo tem em seu portfólio também marcas como Doritos e Lay’s, cujo desempenho é robusto desde a pandemia.
Segundo a Jefferies, a marca de batata frita da PepsiCo vem apresentando boas perspectivas no mercado americano, puxando os resultados da controladora para cima.
A casa de research destaca ainda que a companhia investiu cerca de US$ 60 bilhões nos últimos cinco anos para tornar as operações mais eficientes, elevar a capacidade e fortalecer seus produtos. Para a Jefferies, esses investimentos estão apresentando resultados e devem acelerar os retornos da PepsiCo.
Já a Coca-Cola apresenta pouco espaço para upsides, considerando sua avaliação atual, de acordo com a Jefferies.
Apesar das três casas de análises verem com bons olhos as perspectivas da PepsiCo, a maioria dos analistas ainda está "comprada" em Coca-Cola. Segundo levantamento feito pelo site MarketWatch, de 25 analistas que cobrem a companhia, 20 recomendam compra e cinco estão neutros.
Para a PepsiCo, de 21 analistas, dez tem recomendações de compra, enquanto 11 permanecem neutro com os papéis.
Por volta das 11h45, as ações da PepsiCo subiam 0,35% na Nasdaq, a US$ 168,34. Os papéis da Coca-Cola avançavam 0,28% na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), a US$ 57,09.