O Pátria Investimentos acaba de informar que adquiriu o braço de private equity da gestora britânica abrdn, no passo mais ousado de sua estratégia de internacionalização.
O negócio de 100 milhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 620 milhões) em dinheiro, sujeito ainda a aprovações regulatórias, acrescenta US$ 9 bilhões de ativos sob gestão ao portfólio do Pátria.
Com isso, caso o negócio seja aprovado, o Pátria passa a ter US$ 37,2 bilhões de ativos sob gestão, ficando mais próximo da meta de atingir US$ 50 bilhões sob gestão até 2025. No IPO, em 2021, a gestora brasileira contava com US$ 14,4 bilhões.
A abrdn, também conhecida como Aberdeen, tem cerca de £ 500 bilhões sob gestão e fez um carve-out de sua operação de private equity para realizar o negócio com o Pátria.
Do total de ativos sob gestão da abrdn, 43% são de investimentos primários; 21%, secundários; 14% em feeder funds; e 21% coinvestimentos.
Com a transação, o Pátria está criando uma nova vertical, a Global Private Markets Solutions, que será liderada por Marco D’Ippolito, um profissional com mais de 18 anos na gestora brasileira e que, desde janeiro deste ano, era o chief corporate development officer.
Presente em 30 países, a gigante britânica é reconhecida internacionalmente pela gestão de fundos globais e uma ampla gama de estratégias líquidas, desde renda fixa tradicional a alternativas, como hedge funds.
No caso de private equity, a abrdn opera com escritórios em Londres, Edimburgo e Boston e conta com uma equipe de mais de 50 funcionários
No Brasil, a abrdn acabou de selar um acordo com a distribuidora de fundos Capital Strategies Partners para aumentar a sua penetração no mercado, de olho na retomada dos investimentos internacionais.
Desde o seu IPO, o Pátria fez uma série de aquisições que mais do que duplicaram a quantidade de ativos sob gestão. O principal negócio foi a compra da chilena Moneda, que atuava em crédito privado e ações, que trouxe US$ 10 bilhões de ativos sob gestão.
A gestora brasileira também começou a investir em outras classes de ativos com as aquisições da Igah, uma casa de venture capital, e a Kamaroopin, que foca seus investimentos em empresas de growth.
Na área de real estate, comprou a VBI, uma gestora de fundos imobiliários com R$ 5,8 bilhões de ativos sob gestão na época da transação, em junho de 2022.