No fim de julho, a Petrobras divulgou sua nova política de distribuição de dividendos, trazendo como uma das principais mudanças a redução de 60% para 45% sobre o fluxo de caixa livre de cada trimestre para calcular a remuneração dos seus acionistas.

Bastante aguardado, o anúncio teve, na época, uma resposta positiva do mercado. Esse pacote de reações favoráveis incluiu o Itaú BBA, que, em seu relatório, projetou que o dividend yield da companhia poderia superar os índices dos principais players do setor.

Agora, quem está reforçando essa conta é o Bank of America (BofA). Em relatório divulgado nesta segunda-feira, 11 de setembro, o banco americano também prevê que a Petrobras mantenha um rendimento elevado de dividendos em 2024, acima de seus pares internacionais.

Para o BofA, o dividend yield da empresa pode chegar a um mínimo de 7%, no segundo semestre de 2023, e a 15%, em 2024. Os dois cálculos levam em conta o preço do barril de petróleo a US$ 80 e a US$ 90, respectivamente.

“Nós vemos os dividend yields das empresas petrolíferas em uma média de aproximadamente 9% em 2024 (a US$ 90 o barril), o que está significativamente abaixo das nossas expectativas para a Petrobras”, observa o time de analistas comandado por Caio Ribeiro.

Para efeito de comparação, as estimativas da Exxon para 2024 apontam para um retorno de 7%, enquanto para a Chevron, a projeção é de 8%. O banco também destaca uma alta probabilidade do pagamento de dividendos extraordinários por parte da Petrobras.

Segundo o BofA, no segundo semestre de 2023, a partir de uma geração de caixa de US$ 15,8 bilhões, esse pagamento poderia levar o rendimento da Petrobras para 17%. Já em 2024, com uma geração de caixa de US$ 19,5 bilhões, essa política geraria um dividend yield de 21%.

Entre os pontos que contribuem para essa visão de distribuição de dividendos extraordinários, os analistas do BofA citam o fato de que a estatal brasileira não possui uma reserva estatutária e, portanto, não pode ter um excesso de recursos em seu caixa.

Ao mesmo tempo, o relatório observa que o governo brasileiro apoiaria essas distribuições de dividendos extraordinários, já que essa política estaria em linha com o seu objetivo de zerar o déficit fiscal em 2024.

Com base nesse cenário, que também inclui uma política de preços de combustíveis mais alinhada com as cotações internacionais, o BofA reiterou a recomendação de compra para o papel e o preço-alvo de US$ 18 para as ADRs da companhia negociadas na Bolsa de Nova York.

As ações preferenciais da Petrobras estavam sendo negociadas com ligeira queda de 0,09% na B3, por volta das 15h55, cotadas a R$ 33,37. No ano, os papéis acumulam uma valorização de 36,2%. A empresa está avaliada em R$ 460,4 bilhões.