Um “bilhete dourado” para o crescimento. É com esse mote que, em relatório enviado a clientes, o Santander está iniciando a cobertura da Aura Minerals, mineradora canadense com ações listadas na B3, em Toronto e, mais recentemente, em Nova York, na Nasdaq.
A empresa está entrando no radar dos analistas do banco com recomendação de outperform – acima da média do mercado, o equivalente a compra – e preço-alvo de R$ 65 para a ação. O que implica em upside de aproximadamente 31% sobre o preço de tela do papel na bolsa de valores brasileira.
“A Aura oferece uma combinação única de crescimento e retorno de caixa, em nossa visão, com sólida exposição ao ouro (um dos nossos metais preferidos no momento) e potencial de valorização operacional”, escrevem os analistas Yuri Pereira, Laura Zioli e Giovana Langanke.
O trio do Santander pontua que, embora eles sejam mais conservadores em relação aos preços do cobre, o valuation da Aura Minerals já reflete um perfil de risco/retorno “convincente”. E observa que a visão positiva sobre a ação é sustentada por quatro pilares, em particular.
A primeira frente por trás dessa perspectiva é a diversificação do portfólio da companhia, o que compreende uma exposição bem equilibrada a metais preciosos, com 67% da receita gerada a partir do ouro e os 33% restantes do cobre.
O Santander destaca que a manutenção de uma visão positiva sobre o ouro se apoia na diversificação das reservas dos países e um aumento estrutural na demanda por investimentos. E prevê que os preços do ouro de US$ 3,1 mil por onça, para o segundo semestre de 2025 e também para 2026.
Já a postura cautelosa em relação ao cobre se justifica pelos preços atuais, bem acima dos custos marginais históricos do setor, apresentando uma assimetria negativa. O banco projeta preços de US$ 4,40 por libra, para a segunda metade do ano, e de US$ 4,30 para o ano que vem.
O segundo fator de peso é o forte potencial de crescimento da Aura, sustentado por grande rentabilidade operacional e por um histórico sólido de aquisições de ativos de baixo desempenho, com o uso de sua expertise para liberar valor e impulsionar a expansão da margem.
“Esse upside operacional confere à Aura uma camada adicional de opcionalidade em sua tese de investimento, apoiando tanto o crescimento da produção quanto o retorno aos acionistas”, apontam os analistas, em outro trecho do relatório.
Em outra frente, o banco ressalta o valuation atrativo da companhia, que está sendo negociada com um desconto de 29% em relação à média global de seus pares. E reforça que o patamar atual “subestima” as perspectivas de crescimento e eficiência operacional da Aura, criando um ponto de entrada para a ação.
Já no quarto pilar, os analistas observam que, além de investir em projetos de crescimento de alto retorno, a Aura Minerals tem uma política consistente de retorno de capital. E projeta yields de dividendos de 3%, em 2025, e de 2% para o próximo ano.
O Santander ressalta, porém, que esses índices estão abaixo dos níveis históricos da empresa, levando-se em conta a recente alta das ações, seus novos projetos e aquisições recentes. “Dito isso, não consideramos dividendos extraordinários, o que adiciona potencial de valorização em nossos números.”
As ações da Aura Minerals estavam sendo negociadas com queda de 0,50% na B3, por volta das 12h35, cotadas a R$ 49,72. No ano, os papéis acumulam uma valorização de pouco menos de 100%. A companhia está avaliada em R$ 12,7 bilhões.